População de corços estabilizou no Parque Nacional Peneda-Gerês

A população de corços (Capreolus capreolus) do Parque Nacional Peneda-Gerês, espécie escolhida para símbolo do Parque, encontra-se estabilizada e com tendência para aumentar, disse hoje Nuno Negrões, biólogo da área protegida. A partir de amanhã, a espécie estará no centro de um congresso internacional que reúne 120 especialistas na vila do Gerês até sexta-feira.

Segundo Nuno Negrões é possível encontrar corços em várias zonas do Parque Nacional, nomeadamente em algumas matas e bosques de carvalho, como a do Mariscal, nos Arcos de Valdevez, do Rio Mau, em Montalegre, ou da Albergaria, em pleno coração do Gerês.

Embora em núcleos fragmentados, os estudos demonstram que o corço sobrevive em condições aceitáveis, apesar dos ataques das alcateias de lobos e da caça furtiva.

A evolução da população de corços tem sido acompanhada através de métodos indirectos - marcas feitas em cascos de árvores, excrementos e locais de guarida - sendo também frequente a sua observação directa pelos técnicos e por habitantes do parque, apesar de ser um animal de crepúsculo.

O corço é uma espécie de grande valor cinegético, mas esta vertente - sublinhou Nuno Negrões - não tem sido explorada de forma sistemática no território nacional.

A política de preservação de espécies em perigo do Parque Nacional - o único existente em Portugal - engloba também a águia-real (Aquila chrysaetos).

Esta espécie, que há três anos estava reduzida a dois casais, tem sido alvo de várias medidas, entre elas o apoio à sua alimentação e à criação em cativeiro para posterior devolução à natureza, bem como a proibição da prática da escalada e de outras actividades desportivas nas zonas onde nidifica.

O Parque Nacional Peneda-Gerês, com 70.290 hectares, abrange os concelhos de Arcos de Valdevez, Montalegre, Ponte da Barca, Terras de Bouro e Melgaço. A área foi classificada a 8 de Maio de 1971 e teve o plano de ordenamento aprovado em 1995.

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