Um viva ao seu atrevimento

É tanto um documentário como um B52 é uma arma de defesa - é mas é um filme político, um filme de combate, um filme-bombardeiro (percebe-se a referência a Churchill?).

Ainda para mais com uma arma de destruição maciça que não é para todos: um sentido de humor terrivelmente afinado. Fossem outros os tempos e talvez a sua recepção fosse mais pacífica, até porque não parece que "Bowling for Columbine" diga, ou defenda, qualquer coisa de escandalosamente insensato (a América como país sustentado no medo, também o último Scorsese o dizia). Mas as consciências andam muito susceptíveis, pelo que não são de estranhar algumas reacções viscerais (e Moore poderia dizer como o Presidente Bush: ou estão comigo ou contra mim), embora espantem as acusações de parcialidade: se não houvesse parcialidade, pura e simplesmente não haveria filme. É claro que Moore não é Chris Marker, e o seu filme vale mais pela exuberância do que propriamente pelas suas qualidades ensaísticas. Pouco importa: um viva! ao seu atrevimento.

Sugerir correcção
Comentar