Britânicos acreditam que "Ali o Químico" terá sido morto em raide aéreo

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A casa de Ali em Bassorá foi atacada na madrugada de sábado Dan Chung/EPA

Um alto responsável militar das forças britânicas afirmou hoje que é provável que o general iraquiano Ali Hassan al-Majid, conhecido como “Ali o Químico”, tenha morrido no raide aéreo da madrugada de sábado contra a sua residência em Bassorá, no Sul do Iraque.

“Acreditamos que ele provavelmente foi morto no ataque”, declarou à Reuters o major general Peter Wall, comandante em chefe das tropas britânicas na actual ofensiva contra o Iraque, a partir do quartel-general no Qatar.

“Grande parte dos seus colaboradores, incluindo guarda-costas, foram mortos”, acrescentou o militar.

Ontem, fontes militares norte-americanas adiantaram que o corpo de um dos guarda-costas de Majid foi encontrado quando os militares da coligação entraram na residência do general após o bombardeamento, mas afirmam não ter certeza se Ali morreu no raide.

Por seu lado, o ministro iraquiano da Informação nega que o general, primo de Saddam Hussein, tenha sido morto durante o raide, desencadeado pelas forças da coligação após terem sido recebidas informações de que Ali acabava de regressar a casa.

Ali foi nomeado por Saddam governador militar da região Sul do Iraque, com a missão de defender esta zona da ofensiva anglo-americana.

Membro do Conselho de Comando da Revolução (CCR, a mais alta instância dirigente iraquiana), “O Químico” é considerado o responsável pelo ataque com gás mostarda e outros agentes químicos contra as populações curdas.

Num relatório divulgado no início deste ano, a organização internacional de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch, sediada em Nova Iorque, calculava em cerca de 100 mil o número de curdos mortos ou desaparecidos durante a campanha de repressão organizada por Al-Majid.

O general de confiança de Saddam desempenhou também um papel preponderante na ocupação do Kuwait, em 1990, e pela repressão da rebelião da população xiita do Sul do Iraque após a Guerra do Golfo.

É por todas estas razões, um dos líderes iraquianos mais procurados pelas forças da coligação. Na segunda-feira passada, elementos das Forças Especiais entraram de surpresa em Chatra, a norte de Nassirya, numa tentativa para capturar o general iraquiano que se presumia estar na cidade. Há também informações de que Ali terá usado como quartel-general o Hospital em Nassirya de onde a semana passada foi resgatada a soldado Jessica Lynch.

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