“O Pianista” ganha o Óscar de melhor argumento adaptado

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Ronald Harwood ganhou o Óscar de melhor argumento adaptado por “O Pianista”, baseado nas memórias de Wladyslaw Szpilman, um brilhante pianista judeu polaco que descreveu, num livro escrito imediatamente no pós-guerra, as memórias da sua luta pela sobrevivência durante o Holocausto nazi. Esta foi a segunda nomeação de Ronald Harwood, anteriormente distinguido com "The Dresser" (1983, argumento adaptado).

Harwood, ao receber o galardão, afirmou que gostaria de dizer que merece este Óscar, mas não o pode fazer. O argumentista dedicou o prémio ao realizador, Roman Polanski, que não pode estar presente na cerimónia, porque não pode entrar nos Estados Unidos, afirmando que ele sim merece este Óscar, por ser um óptimo realizador e um óptimo colega.

Adrien Brody, que interpreta Szpilman, ganhou o Óscar de melhor actor. Szpilman viveu no gueto de Varsóvia (totalmente recriado no filme, tal como era entre 1939 e 1945), onde partilhou os sofrimentos, as humilhações e as lutas do povo judeu. Após a destruição do gueto, conseguiu escapar à deportação, refugiando-se nas ruínas da capital.

Com “O Pianista”, Roman Polanski levou para casa a Palma de Ouro do Festival de Cannes 2002. O cineasta, que durante a infância viveu no gueto de Cracóvia, confessa, na nota de intenções, que sempre quis fazer um filme sobre este período doloroso da História da Polónia, mas nunca quis que fosse autobiográfico. Quando leu as memórias do pianista, que lhe pareceram tão fortes e autênticas e ao mesmo tempo tão frias, soube que aí estava a história do seu próximo filme.

Nesta categoria, estavam também nomeados Peter Hedges, Chris Weitz e Paul Weitz pela adaptação de "Era uma Vez um Rapaz"; Charlie Kaufman (e Donald Kaufman) com o filme "Inadaptado"; Bill Condon por "Chicago"; e David Hare por "As Horas".

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