SIC e TVI empatadas em 2002

A liderança do mercado das televisões continua a ser disputada taco a taco pela SIC e pela TVI. Em 2002, os dois canais privados registaram um empate técnico no "share" de audiência. A RTP1 subiu um ponto percentual face ao ano passado e o conjunto do vídeo, cabo e satélite cresceu quase dois pontos percentuais em relação a 2001.

A SIC desceu o "share" médio anual de 34 por cento para 31,5 por cento em 2002, mantendo a liderança das audiências por uma magra décima, o que teoricamente representa um "empate técnico" com a TVI. A estação de José Eduardo Moniz registou uma quota de mercado de 31,4 por cento, perdendo apenas algumas décimas face ao ano anterior. Contas feitas, apesar do empate técnico, a TVI termina 2002 reforçada, já que conseguiu aguentar bem o confronto com a SIC e continua a liderar as audiências em horário nobre, o momento de maior consumo televisivo, logo de maior investimento publicitário.

O ano de 2002 não foi fácil para as duas estações. A SIC perdeu a liderança durante alguns meses, entre Janeiro e Março, uma situação que herdou do ano anterior, fruto da forte concorrência do Big Brother e das telenovelas portuguesas da TVI. Apesar de assumir que tem a grelha de programas mais barata desde que foi para o ar, a estação de Carnaxide conseguiu reverter os números a seu favor entre Abril e Setembro, em grande parte graças ao Masterplan - "reality-show" que a Endemol estreou em Portugal a nível mundial -, mas voltou a perder a liderança para a TVI, com aquilo a que Francisco Pinto Balsemão já chamou de "a doença sazonal" do Big Brother, desta vez com as edições Famosos. Outubro foi, aliás, o seu pior mês do ano, com 29,4 por cento de "share".

RTP1 interrompe tendência de queda

Para a RTP1, o ano de 2002 acabou por se revelar uma agradável surpresa, já que o canal público conseguiu pelo menos travar a queda das audiências dos últimos anos ao conquistar um ponto percentual, subindo para 21,1 por cento. Um crescimento que se deve mais ao segundo semestre do ano, sobretudo nos últimos meses, em programas como O Elo Mais Fraco. Este concurso diário, que tem vindo a crescer nas últimas emissões, permitiu amparar a quebra de audiências que se sentia após o Telejornal e melhorar assim a performance do horário nobre.

Também o acesso do canal público ao horário nobre melhorou, graças ao concurso Preço Certo em Euros. Mas o melhor mês do ano para a RTP1 foi Junho, altura do Campeonato Mundial de Futebol. Agosto revelou-se o segundo melhor mês e o terceiro é Dezembro, com 22,3 por cento, um número raro nos últimos tempos nos "share" do canal.

A RTP2 perdeu apenas algumas décimas face a 2001, mas manteve-se fiel à sua habitual quota de mercado (5,3 por cento). Esta ligeira descida da RTP2 é, no entanto, considerada natural quando o primeiro canal público cresce nas audiências.

O "quinto" canal - a soma do que é visto no vídeo, na televisão por cabo e nos canais por satélite - conquistou mais dois pontos percentuais, passando de 8,4 por cento para 10,6 por cento de "share".

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