Festival Cosmopolis invade a cidade

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Os alemães Boozoo Bajou são um dos destaques do festival DR

Ontem foi só para convidados. Hoje, amanhã e domingo, as músicas electrónicas europeias oferecem-se ao público português. Télépopmusik e Lali Puna são os destaques do Festival Cosmopolis.

Na sua terceira edição, o Festival Cosmopolis, dedicado às músicas electrónicas de carácter lúdico, vai-se impondo em Portugal. Na duas anteriores edições passaram por Lisboa e Porto nomes como Frédéric Galliano, Puddu Varano, Alexkid, Rinôçérôse, Aqua Bassino, Kid Loco ou Smith & Mighty e, este ano, a aposta volta a ser feita em torno das novas linguagens musicais urbanas, com incidência naquelas que são provenientes de França. Ao todo serão 50 músicos e artistas e 25 DJs oriundos de 10 países diferentes, que actuarão em espaços como a Gare Marítima de Alcântara (dividida por duas salas) e o Jardim da Estrela, em Lisboa. No Porto, é o Teatro Sá da Bandeira que serve de palco ao Cosmopolis.

Os destaques são as estreias em Portugal dos franceses Télépopmusik e dos alemães Lali Puna. Os primeiros são um trio de músicos oriundos do universo pop-rock que se apaixonaram nos últimos anos pelas potencialidades das electrónicas quando colocadas ao serviço da feitura de canções pop. Lançaram no ano passado o interessante álbum "Genetic World" e, recentemente, remisturaram os Madredeus. Em entrevista recente ao PÚBLICO (suplemento Y de 31/05), o grupo afirmava que nos espectáculos ao vivo a sua sonoridade era mais orgânica do que em disco, pelo que é de esperar uma mistura de sons sequenciados e instrumentos acústicos.

Por sua vez, os alemães Lali Puna, da cantora Valérie Trebeljahr (que viveu em Portugal vários anos), editaram no ano passado o álbum "Scary World Theory", que recolheu elogios unânimes um pouco por todo o lado. Nem os ingleses Radiohead resistiram à música dos alemães. No entanto, a música neo-pop, "lo-fi" e inocente do grupo alemão já havia sido dada a conhecer num álbum de estreia, "Tridecoder", onde as citações mais ou menos veladas aos Stereolab, Neu! ou The Notwist já se faziam sentir.

No campo das actuações ao vivo, destaque ainda para os franceses Llorca e Supermen Lovers. O primeiro regressa a Portugal com o seu colectivo de jazz para expor a sua música electro-house-jazz na linha do compatriota St Germain, enquanto os segundos vão apresentar em estreia mundial o álbum de música house "Starlight", que se aprestam para lançar.

No campo das sessões DJ destaque para os alemães Boozoo Bajou, os mesmos do magnífico álbum do ano passado, "Satta". De França vêm os Bosco e DJ Oil dos Troublemakers, enquanto a Finlândia será representada por Ja-Jazz dos Pepe Deluxe e a Suiça pelo projecto Rollercone. De Inglaterra vem DJ Orin, mais conhecido pelo nome de Afronaught, uma das figuras mais destacadas da cena londrina neo-jazzística. Portugal vai ser representado pelo projecto Tjak de Gabriel Gomes e por DJs como Rui Vargas ou Tó Ricciardi. A editora Nylon apresentará um "showcase".

Como as músicas electrónicas são para desfrutar em qualquer ambiente e não apenas em locais nocturnos, a organização providenciou a realização de "Jardins Sonoros" durante as tardes de sábado e domingo no Jardim da Estrela, em Lisboa. Isto é, ao longo de várias horas, diversos DJs passarão música tranquila e relaxante para suster o hedonismo da noite anterior ou, quem sabe, para providenciar uma boa sesta. Quem disse que as músicas electrónicas serviam só para dançar?

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