Autarquia quer "revolucionar" transportes públicos na Amadora

A Câmara da Amadora e a operadora de transportes públicos Vimeca preparam-se para aplicar um conjunto de alterações na rede de transportes públicos do concelho, tendo em conta novas acessibilidades e as futuras carreiras urbanas. Segundo Gabriel Oliveira, vice-presidente da autarquia, a conclusão de "importantes" vias rodoviárias que servem principalmente o interior do concelho (zonas mal servidas de transportes públicos como A-da-Beja), permitirá introduzir algumas alterações na rede de carreiras de autocarros, tendo em conta melhorias na rapidez de percursos e um aumento da oferta aos munícipes.

"A maioria das pessoas na Amadora tem o passe social e não faz sentido que não o possam usar na futura rede de transportes urbanos", disse Gabriel Oliveira, citado pela Lusa, acrescentando que a actual legislação dos transportes, "com mais de 50 anos" não permite que se use o passe social em carreiras urbanas. Assim, o vereador considera que "só faz sentido" criar uma rede de transportes urbanos no concelho, se as pessoas puderem utilizar o passe social.

A autarquia entregou já recentemente ao secretário de Estado dos Transportes uma proposta para permitir a utilização dos passes sociais nos futuros transportes urbanos e uma alteração dos passes intermodais na Amadora, tendo em vista permitir às pessoas optarem pelo tipo de passe que mais lhe convém. "Queremos transferir as pessoas do passe social para um passe tri-modal, mais barato, que possibilita as ligações que as pessoas quiserem", explicou Gabriel Oliveira, acrescentando que são medidas como estas que se levam as pessoas a preferir os transportes públicos ao transporte privado, aliando a rapidez dos percursos ao acesso fácil a vários tipos de transporte.

Segundo a Vimeca, a única operadora de transportes públicos em autocarros na Amadora, há agora condições para se poder avançar ainda este ano com algumas melhorias na rede de transportes públicos, que permitirão resolver alguns problemas, principalmente os atrasos em carreiras, devido aos constantes engarrafamentos. "A rapidez do percurso é essencial para as pessoas pensarem duas vezes antes de preferirem o transporte privado", explicou Fernando Costa, director do departamento de Planeamento e Produção da Vimeca.

As alterações surgem com a abertura de novas acessibilidades no concelho e um conjunto de acertos pontuais em termos de trajectos e percursos, envolvendo mais de doze carreiras. "Com a abertura de novas vias que permitem chegar mais rápido ao interior do concelho, poderemos encurtar em muito alguns trajectos e servir mais pessoas", disse Fernando Costa.

Quanto à rede de transportes urbanos na Amadora, o responsável da Vimeca alerta também que só é viável com a possibilidade de se poder aceitar o passe social, mas garante que o projecto tem sentido uma vez que "há cada vez mais pessoas" a fazer viagens dentro da Amadora, não fosse este um concelho de "atravessamento" (entre Sintra, Loures, Oeiras, Vila Franca de Xira e Lisboa).

"Temos excelentes relações com as autarquias onde trabalhamos, mas o diálogo entre todas as entidades seria mais eficaz se fosse criada uma Alta Autoridade de Transportes", explicou Fernando Costa, acrescentando que esta entidade seria "essencial" para uma redefinição do sistema tarifário e para uma redistribuição do "bolo" do passe social, "injusta" para muitos operadores de transportes públicos na Área Metropolitana de Lisboa que registam prejuízos de milhares de contos por ano.

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