Aqui joga-se no vazio

Sim, a obsessão continua a mesma: como em "Felicidade", Todd Solondz oferece um retrato corrosivo da "middle-class America". Mas onde, em "Felicidade", ficavam à mostra as contradições do seu próprio olhar (criando empatia com as personagens), aqui joga-se no vazio, ameaçando quase reproduzir a superficialidade que Solondz tanto pretende punir (as personagens são meros bonecos programáticos). Voluntariamente ou não, a segunda história (o filme é um díptico, dividido entre "Ficção" e "Não-Ficção"), em que um documentarista tenta elaborar um filme amargo sobre o sistema (escolar), servindo-se (usando, talvez seja mais correcto) de um estudante, acaba por espelhar o próprio filme de Sollondz.

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