O almirante Vieira Matias abandona hoje oficialmente as funções de chefe do Estado-Maior da Armada. O Governo em funções escolheu não nomear sucessor e por isso Vieira Matias será substituído interinamente, por período indeterminado, pelo vice-chefe do ramo, Mota e Silva.

Em circunstâncias normais, Vieira Matias passaria hoje o comando da Marinha a um sucessor nomeado pelo Governo.

Fonte do gabinete do ainda ministro da Defesa, Rui Pena, disse à Lusa que o responsável "entendeu que, estando o Governo em gestão, devia deixar o assunto para o Governo seguinte" pelo que, apesar de o "vazio" na sucessão de Vieira Matias não ser normal, a tutela considera que o facto não deverá ser dramatizado.

Na cerimónia em que se despediu do cargo, na terça-feira passada, Vieira Matias aludiu ao facto de a sua substituição se fazer em circunstâncias excepcionais, uma vez que o seu substituto não foi nomeado a tempo pelo poder político a quem dirigiu ainda críticas pela escassez de verbas destinadas à Marinha.

A Marinha tem actualmente oito vice-almirantes que podem ser candidatos ao lugar de chefe do Estado-Maior da Armada. Destacam-se Torres Sobral, director do Instituto Hidrográfico, o mais antigo vice-almirante; Vidal Abreu, super-intendente do Serviço de Material; Mota e Silva, vice-chefe do Estado-Maior da Armada; Américo Silva Santos, comandante naval; e Mendes Cabeçadas, director do Instituto Superior Naval de Guerra.