Andy e o seu mundo sempre sempre Pop

“A morte consegue realmente tornar-nos parecidos com as estrelas”, disse o mais incontornável artista da segunda metade do século XX. E, efectivamente, se já em vida foi uma lenda, a sua morte prolongou em muito os seus tão apregoados 15 minutos de fama. Andy Warhol foi — é— o mais pop de todos os artistas. Há quem lhe chame mesmo o Papa ou o Marx da Pop. Duas imagens tão contraditórias só podem co-existir num mundo “warholianamente” pop.

As serigrafias de cores gritantes de estrelas americanas como Marilyn Monroe, Liz Taylor, Jackie Kennedy ou Elvis Presley e as que figuram objectos de grande consumo como as garrafas de Coca-Cola, frascos de “ketchup” Heinz, latas de sopa Campbell ou caixas de detergente Brillo tornaram-se ícones da segunda metade do século XX e povoam ainda hoje o imaginário colectivo. O responsável por esse fenómeno é Andy Warhol, um dos rostos da Pop Art, que mais do que um movimento artístico encarna toda uma revolução social e cultural. Warhol personifica, talvez mais do que ninguém, uma ligação entre a arte e a vida, entre a arte e a sociedade mediatizada, capitalista e industrial das grandes metrópoles.

Foi também Warhol que disse que, no futuro, toda a gente teria direito a 15 minutos de fama. Mas para o artista pop, que ao contrário de muitos alcançou a fama, o reconhecimento e o estrelato ainda em vida, os 15 minutos duraram toda uma carreira e prolongaram-se nestes 15 anos após a sua morte.

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