Bergman sem Bergman levanta sempre complexas questões: o que fazia a glória dos "dramalhões" de infidelidade e morte, de suicídio e de psicodrama nórdico, em longos planos fixos ou torturados e lentos "travellings" sobre personagens destroçadas por irreparáveis feridas familiares? Um sentido único da "mise-en-scène", um irrepetível milagre na direcção de actores, uma mistura de registos, em que o teatral se incorporava no fílmico. Por isso "Infidelidade", de Liv Ullman, actriz de tantos Bergman, se limita a gerir um arremedo de Bergman, correcto exercício sobre argumento do mestre, sem qualquer olhar distintivo e sem chama. Claro que, se comparararmos com os pastelões de Bille August, só nos poderemos congratular, mas o maestro e actriz, os seus amores e impasses não ultrapassam nunca uma "aurea" mediania narrativa.
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