Morreu o pintor e escritor Rogério de Freitas

O escritor, jornalista, pintor e antigo director-geral dos Espectáculos, Rogério de Freitas, morreu hoje numa clínica de Caxias, concelho de Oeiras, aos 92 anos.

Filho do actor Eduardo de Freitas, Rogério de Freitas nasceu em 1910 e evidenciou-se quer nas artes plásticas, quer na literatura. Na pintura, escolhe o neo-realismo inicialmente para depois se render ao abstracto. Estuda em Portugal com o mestre Frederico Aires e em Paris, no atelier de André Lothe.A primeira exposição ocorre aos 28 anos no II Salon de l'Art Mural, mas, em 1939, apresenta-se individualmente na casa de Portugal, em Paris.
Na escrita, colaborou em jornais e revistas, chegando a chefe de redacção, cargo que ocupa durante 20 anos na revista "EVA", onde também assinou alguns desenhos e publicou os seus primeiros contos, além de várias reportagens e crónicas, indica a Lusa.
Também o cinema teve a assinatura de Rogério de Freitas no argumento e diálogos do filme "Sonhar é Fácil", realizado por Perdigão Queiroga, numa colaboração com Leão Penedo, em 1951. Um ano depois surge o primeiro livro de contos, "A Porta Fechada", em 1955, "Um Resto de Esperança", em 1958 "Tempo de Angústia" e em 1960 "Sangue na Madrugada".
A partir de 1967, e durante cerca de sete anos, dirige a parte gráfica das "Publicações Europa-América".
Enquanto escritor, publica ainda em 1968 a peça de teatro "Os Mortos Chegam Mais Tarde" e em 1970 "Memória Destruída". Em 1973, com os arquitectos Victor Palla, Bento de Almeida e Manuel Costa Martins, cria a Galeria de Arte "Prisma 73", que acaba por fechar dois anos depois.
Surgem colaborações sobre política nacional no "Jornal Novo", em 1976, e uma proposta para ser director do "Século Ilustrado".
David Mourão-Ferreira, na altura secretário de Estado da
Cultura, nomeia-o director-geral dos Espectáculos, cargo que ocupa até ao limite de idade, em 1980.
O funeral de Rogério de Freitas realiza-se amanhã e segue para S. João das Lampas.

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