Governador civil de Beja não vai demitir-se

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Agostinho Moleiro garante que só se limitou a cumprir a lei sobre touros de morte DR

O governador civil de Beja recusou hoje a possibilidade de pedir a demissão na sequência da decisão do Tribunal de Moura, que, esta tarde, absolveu os responsáveis pelos touros de morte nas festas de Barrancos. Agostinho Moleiro garantiu que quando atribuiu as coimas, no ano passado, se limitou a aplicar a lei.

"Compreendo que as outras áreas políticas peçam a minha demissão ou defendam que coloque o lugar à disposição. Contudo, não se pode fazer tal exigência por ter aplicado a lei", afirmou Agostinho Moleiro, citado pela Lusa.Lembrando que apenas o ministro da Administração Interna o pode demitir, Agostinho Moleiro afirmou que não está a considerar essa hipótese. Esta tarde, o presidente da distrital de Beja do PSD, José Raúl Santos, veio defender que Moleiro deveria colocar o seu lugar à disposição na sequência da decisão judicial.
"Quanto a este caso concreto, não estou a pensar demitir-me nem vou pôr o lugar à disposição, porque o meu único crime foi cumprir a lei e providenciar a sua aplicação", acrescentou o governador.
Admitindo que a lei sobre os touros de morte "pode estar errada", o governador civil de Beja defendeu que não lhe cabe a ele interpretar a lei, mas apenas fazê-la cumprir. Moleiro chegou mesmo a congratular-se pela absolvição dos arguidos. "Como governador civil não quero comentar a decisão do tribunal, porque é um órgão soberano e as suas decisões devem ser aceites por todos. Como cidadão, congratulo-me por os arguidos terem sido absolvidos de coimas tão altas que eu próprio, para respeitar a lei, tive de aplicar".

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