O oposto de 'O Oposto de Sexo'

É surpreendente que "Bounce" seja dirigido por Don Roos, o realizador de "O Oposto de Sexo", filme que tinha pelo menos uma certa irreverência e a frescura de não parecer ter sido feito com uma cartilha ao lado. Ora nesse aspecto "Bounce" bem merecia ter como alcunha "o oposto de O Oposto de Sexo": é um melodrama banalíssimo, assente em rodriguinhos sentimentais mais do que batidos (viuvez e alcoolismo), e tão previsível que anula quaisquer hipóteses de verdadeiro envolvimento emocional. A história tem alguns pontos de contacto com "Random Hearts", o último, e tão mal tratado, filme de Sydney Pollack (também em "Bounce" há duas personagens, as de Ben Affleck e Gwyneth Paltrow, que se apaixonam por causa de um acidente de avião), mas o filme de Roos, sendo anémico, respira um ar muito menos doentio que o de Pollack. Apesar da fotogenia das duas estrelas de serviço, "Bounce" não tem nada mais a recomendá-lo para além da fotogenia das duas estrelas de serviço.

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