Pico de neve de Quilimanjaro deverá desaparecer

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O degelo do pico poderá afectar as reservas de água potável DR

A neve do topo do monte Quilimanjaro, no leste de África, poderá derreter na totalidade durante os próximos 20 anos, se a Terra continuar a aquecer ao ritmo actual.

"Penso que haverá uma grande possibilidade de o gelo desaparecer até 2015", avisou Lonnie Thompson, professor na Universidade de Ohio. Thompson passou 20 anos a estudar os gelos tropicais das montanhas da América do Sul, África, China e Tibete e, mais recentemente, realizou um levantamento aéreo do famoso pico do monte Quilimanjaro.
Segundo Thompson, as comparações com mapas anteriores mostraram que 33 por cento do gelo do monte Quilimanjaro já desapareceu nas últimas duas décadas; 82 por cento já desapareceu desde 1912, segundo informou hoje a BBC online. O pico de neve de Quelccaya, nos Andes Peruanos deminuiu 20 por cento desde 1963.
Estudos em outros picos tropicais revelaram uma situação semelhante, segundo disse Thompson num encontro anual da Associação Americana para o Avanço da Ciência.
Thompson avisou que este degelo poderia ter sérias repercussões nas fontes de água para consumo, para irrigação, produção hidroeléctrica e turismo. A perda seria também significativa para a ciência, uma vez que esta usa o gelo dos glaciares para estudar o clima em séculos passados.
" Os glaciares são como barragens naturais. Eles armazenam a neve na estação chuvosa e derretem-se na estação seca, trazendo água aos rios", explicou o professor.
O trabalho de Thompson faz parte de um esforço, sob os auspícios do Programa Internacional da Geosfera-Biosfera, para compreender como está a mudar o ambiente global.
"O recuo dos glaciares é um dos muitos sintomas de que a Terra está a sofrer mudanças dramáticas. A alteração climática é apenas uma peça de um grande puzzle", afirmou Will Steffan, director executivo do programa.

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