Ronin

Frankenheimer em animadora convalescência depois do ridículo de "A Ilha do Dr. Moreau". "Ronin" é um "thriller" duro, pragmático e rigoroso, que não perde tempo em divagações desnecessárias (à excepção da sequência com Michel Lonsdale e dos misticismos um tanto serôdios que põe em cena) e avança em linha recta rumo a um final surpreendentemente anti-climático. Vale também pelo recorte das personagens, um bando de lacónicos, anónimos e solitários ex-agentes da CIA e do KGB transformados em "gangsters" pelo fim da Guerra Fria ? e por esse lado acaba por ser um curioso retrato de um mundo sem centros nem fronteiras. Frankenheimer não faz batota (nem nas cenas de acção, cuidadosamente antecipadas por uma prévia apresentação do décor) e o seu filme, não prometendo muito, cumpre tudo o que promete. É pedir pouco?

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