No princípio parece iconoclasta, a meio percebe-se que é apologético, no fim entra pelos olhos que é sobretudo pedagógico, procurando ensinar ao público americano que as regras da política podem ser sujas mas são as regras, que nesse meio a palavra "moral" tem um entendimento elástico, que por vezes os fins não se distinguem dos meios, e que no fim, por linhas tortas ou direitas, ganha aquele que for mais forte e mais esperto. Não por acaso, é Bill Clinton que se disfarça na personagem de John Travolta - e é por isso que o tom paródico das sequências iniciais deixa falsas esperanças, apontando para propriedades corrosivas que ficam por cumprir. Por conseguinte "Escândalos do Candidato" torna-se tão menos interessante quanto mais se aproxima do fim, não pelas suas intenções mas pelo facto de Mike Nichols ser, quer como cineasta quer como pedagogo, um tanto ou quanto pesado.
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