Há fenómenos assim: pega-se na estranheza do enredo, nos actos falhados dos actores, numa adaptação entediante (verdade seja dita que raras vezes um título se conformou tanto a uma atmosfera dominante) de um clássico super-datado, numa ausência de soluções de "mise-en-scène", e faz-se um filme de culto. A partir daqui, todos os defeitos podem reverter em qualidades e não há argumentos que convençam os devotos do ridículo daquela obsessão de pacotilha, ou do pedantismo daqueles diálogos inacreditáveis. Arrume-se, pois, com a mais confortável das fórmulas: gostos não se discutem. Ou discutir-se-ão?
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