Interino Tiago Fernandes relança Sporting na luta pelo título

Santa Clara esteve a vencer, mas Bas Dost e Acuña apontaram os golos da reviravolta dos “leões” na segunda metade. Expulsão de Patrick facilitou a tarefa no regresso sportinguista aos Açores 16 anos depois.

Foto
Bas Dost iniciou a recuperação do Sporting nos Açores LUSA/EDUARDO COSTA

Quase 16 anos depois da última deslocação aos Açores para defrontar o Santa Clara para o campeonato, o Sporting aproveitou o regresso à ilha São Miguel para se relançar no campeonato. Um triunfo (2-1) muito suado nesta escala a meio do Atlântico, onde esteve a perder antes da reviravolta no marcador, assegurada na segunda metade do encontro. A era pós-José Peseiro começou com o pé direito e com a mão do treinador interino Tiago Fernandes.

Tiago tinha 19 anos quando o seu pai, Manuel Fernandes, rendeu Augusto Inácio como treinador principal do Sporting. A ex-glória “leonina”, que já tinha sido adjunto de Bobby Robson em Alvalade, estreou-se com uma vitória caseira com o Vitória de Guimarães, por 3-1, a 27 de Janeiro de 2001. Para trás ficavam três temporadas e meia ao serviço do Santa Clara, fundamentais para a primeira e histórica subida dos açorianos ao campeonato principal em 2001-02.

O destino fez com que Tiago fizesse o seu baptismo de fogo como treinador principal, precisamente, frente ao clube insular onde a família Fernandes deixou grandes memórias. E, tal como o pai, também foi feliz nos Açores.

Manuel acabaria por ter uma passagem efémera pelo banco sportinguista, acabando por conquistar uma Supertaça ao FC Porto, antes de ser substituído pelo futuro campeão Lazslo Boloni. Tiago terá igualmente um percurso curto como treinador interino do Sporting, que deverá anunciar o novo técnico principal nos próximos dias. Mas, para já, está a desfrutar da experiência.

Para defrontar o Santa Clara, o técnico, agora com 37 anos, quis arriscar um cunho pessoal em relação ao seu antecessor. Chamou ao “onze” o lateral esquerdo Lumor, subindo Acuña para o meio-campo. Uma aposta acertada especialmente pela exibição do argentino, abrilhantada com o golo do triunfo, aos 75’.

Mas até este momento crucial os “leões” tiveram de recuperar de uma primeira metade paupérrima, especialmente em termos ofensivos. O Santa Clara não esteve melhor, mas acabou por ser eficaz na finalização. Algo recorrente neste regresso feliz ao primeiro escalão, onde os açorianos exibem o terceiro melhor ataque da prova, com 17 golos em nove jornadas, perdendo apenas para o FC Porto e Sp. Braga.

Na única oportunidade criada em todo o primeiro tempo, acabou por assinar um grande golo, aos 32’. Zé Manuel foi o marcador, mas quem brilhou mais alto foi o iraquiano Osama Rashid. O médio picou a bola para as costas da defesa “leonina” deixando o seu companheiro na cara do guarda-redes Renan.

O jogo complicava-se para os continentais que, diga-se, pouco tinham feito até então para inverter a sua sorte. Um remate forte de Bruno Fernandes, aos 7’, para grande defesa de Marco, e outro de Lumor, aos 35’, para além de um cabeceamento ligeiramente ao lado de Bas Dost, aos 42’, resumem as iniciativas coerentes dos sportinguistas na área adversária.

A perder ao intervalo, Tiago Fernandes fez entrar o extremo Jovane Cabral (rendeu Diaby) para o arranque da segunda metade — antes, aos 29’, já tinha sido obrigado a uma primeira alteração, face a uma lesão de Bataglia que pareceu ser de recuperação prolongada —, puxando Nani para zonas mais frontais.

O plano fazia sentido no bloco do treinador e também o fez no relvado. Depois de algumas insistências, Bas Dost acabou por ser derrubado na área do Santa Clara, aos 59’, puxado por Fábio Cardoso. O próprio holandês, que se estreou a titular esta temporada para a Liga, encarregou-se de converter a falta em golo.

O cenário para os “leões” melhorou consideravelmente, ainda mais porque passou a jogar com mais uma unidade, face à expulsão de Patrick por protestos (injustificados em relação ao penálti). Os lisboetas carregaram e, na sequência de um lançamento lateral de Lumor e de uma assistência de Jovane, Acuña assinou de cabeça, ao segundo poste, o golo que valeu três pontos e a ultrapassagem do Benfica na classificação.

Sugerir correcção
Ler 1 comentários