CDS-PP diz que orçamento da Administração Interna é “ficção”

Sindicatos acusam Governo de não cumprir decisão de tribunal sobre cortes de suplementos.

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Esta quinta-feira há manifestação conjunta de forças policiais em frente ao Parlamento daniel rocha

O líder da bancada do CDS-PP critica a verba do Orçamento de Estado (OE) para 2019 por considerar que é insuficiente para as necessidades das forças se segurança. “O OE da Administração Interna é ficção: Ou é para não ser cumprido ou não chega para as necessidades”, afirmou Nuno Magalhães aos jornalistas, depois de ter recebido dois sindicatos representativos da polícia.

O líder da bancada do CDS disse ter recebido indicações “muito perturbantes” por parte dos representantes dos sindicatos. Uma das situações que está em causa é o não cumprimento por parte do Governo de uma decisão do Supremo Tribunal Administrativo que considerou ilegais os cortes de vários suplementos no período de férias desde 2011. “Isso é grave”, apontou Nuno Magalhães, referindo haver um sentimento de “desilusão” e de “quase baixar de braços” nas forças de segurança.

Relativamente ao orçamento da Administração Interna, Nuno Magalhães considera haver “uma austeridade escondida em alguns casos no tempo da troika”, apontando como exemplo da falta de meios a necessidade de fazer deslocar agentes de Setúbal e Beja para assegurar a segurança do Rock in Rio, no início do Verão. “Este Governo não encara as questões de soberania e diria mesmo que não tem jeito”, concluiu.

Momentos antes, Paulo Rodrigues, presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP), considerou que o Orçamento do Estado na área da Administração Interna “não está adequado às necessidades nem está de acordo com o publicitado pelo Governo que diz que vai dar mais meios e abrir concursos”. Paulo Rodrigues apontou ainda o não cumprimento por parte do Governo da decisão do Supremo Tribunal Administrativo. “Esta questão está a revoltar os agentes”, disse, na véspera de uma manifestação convocada pelas estruturas representativas das polícias. Segundo o dirigente sindical, a PSP tem “falta de equipamentos, meios”, um “parque informático obsoleto, além de não haver “perspectiva de carreira nem de descongelamento”.

O CDS recebeu ainda esta manhã representantes da Associação Sindical dos Funcionários de Investigação Criminal da Polícia Judiciária.

A ASPP pediu para ser recebida pelos vários grupos parlamentares. Esta tarde já tem agendada uma reunião com o BE.

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