Sp. Braga reparou a imagem europeia, mas esgotou-se na falta de eficácia

Golo de Ricardo Horta insuficiente para anular desvantagem de três golos frente ao Marselha.

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Ricardo Horta foi o autor do único golo da noite

Ficou pelo caminho o Sp. Braga na caminhada europeia, apesar da vitória alcançada, por escasso 1-0, sobre o Marselha, graças a um golo solitário de Ricardo Horta. Um golo insuficiente para dar a volta à eliminatória e anular a goleada (3-0) averbada em Marselha, no jogo da primeira mão dos 16 avos-de-final da Liga Europa.

Com duas deslocações a Paris no período de uma semana e uma confortável vantagem de três golos, o Marselha tinha motivos suficientes para gerir de forma consciente a deslocação a Braga. Rudi Garcia não resistiu à tentação de arriscar, ainda que o estritamente indispensável, mantendo no papel uma equipa capaz, apesar de um pouco especulativa, claramente na esperança de poder explorar um erro de cálculo na ambição bracarense.

À atitude expectante dos franceses respondeu um Sp. Braga focado na dupla tarefa de expor as fragilidades do adversário sem comprometer defensivamente, o que poderia revelar-se fatal. Os minhotos souberam conter a ansiedade e o grito, mantendo o foco sem deixar de mostrar o atrevimento necessário para enervar e desconcentrar o Marselha.

O envolvimento do flanco direito deu os primeiros sinais, com Wilson Eduardo a falhar por muito pouco o golo que Abel Ferreira pedira para alimentar a estratégia que poderia desestabilizar emocionalmente os franceses. Mas acabou por ser a capacidade de penetração nos domínios de Sarr que rendeu o golo que abalaria as fundações da goleada marselhesa.

Jefferson ensaiou o cruzamento perfeito e, depois de Esgaio ter desperdiçado a mais flagrante oportunidade de golo, Ricardo Horta surgiu na zona de penálti para fulminar Pelé, concluindo uma iniciativa de Raúl Silva que Wilson Eduardo moldou para o remate do companheiro.

O Marselha acusava o toque e obrigava Rudi Garcia a rever as notas e os apontamentos, passando a gerir o tempo e os trunfos que reservara para uma contingência.

Para o Sp. Braga faltava, contudo, o segundo golo, aquele que verdadeiramente poderia ferir o adversário. Abel Ferreira estava, ainda assim, ciente do perigo que representa uma fera encurralada e o início da segunda parte trouxe um Marselha mais acutilante, com Germain a testar os reflexos do guarda-redes Matheus.

O lateral Sakai libertava-se e transformava-se num ala inesperado, obrigando o Sp. Braga a sofrer e o técnico dos “arsenalistas” a procurar respostas mais objectivas na necessária escalada de agressividade. Paulinho foi, então, destacado para uma missão que Hassan, amarelado por simulação na área do Marselha, já não tinha condições de levar a cabo.

Com o avançado português em campo o Sp. Braga voltou a crescer, embora Wilson Eduardo continuasse a revelar problemas de eficácia. No fundo, a questão fulcral nesta eliminatória, já que se o Sp. Braga foi competente no capítulo defensivo, muito graças a um par de intervenções de Matheus, acabou por não ser capaz de materializar os lances criados na área do Marselha, conseguindo apenas reparar a imagem deixada no primeiro jogo.

O Sp. Braga não resistia à marcha desesperante do tempo, esgotando-se, apesar de sublinhar a nobreza da intenção ofensiva até ao fim, com Fábio Martins e Bruno Xadas a não resolverem a questão de fundo.

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