Os erros da jornada

Não está a ser uma época particularmente feliz para a arbitragem. Este fim-de-semana fica, mais uma vez, marcado por graves erros das equipas de arbitragem.

No jogo de um dos grandes foram duas claras expulsões, por agressão, que ficaram por efectuar. Um jogador agrediu o seu adversário com uma pisadela na cabeça quando este se encontrava no chão. O árbitro não viu e por isso nada assinalou. Minutos depois e com os mesmos intervenientes aconteceu a “vingança”. O jogador que foi inicialmente pisado aproveitou uma disputa de bola no ar para, violentamente, agredir o seu adversário com uma cotovelada na face. Também esta situação passou em claro à equipa de arbitragem. Dois erros graves.

Num outro jogo, que pelas equipas envolvidas até se poderá considerar um clássico, ficou mais uma expulsão por efectuar. Um jogador, já com um amarelo, derrubou, com um tacle efectuado de forma negligente, um seu adversário com algum perigo para a integridade física deste. O árbitro, bem, sancionou tecnicamente a falta punindo a equipa do infractor com um pontapé livre directo mas não aplicou a correspondente sanção disciplinar: amarelo por comportamento antidesportivo e consequente vermelho por receber uma segunda advertência. Mais um erro grave.

Num outro jogo, com equipas menos mediáticas, aconteceu aquela que será, porventura, a decisão mais caricata e difícil de perceber. A situação ocorreu após a execução de um pontapé de canto no qual a bola foi cruzada para o interior da área de baliza, vulgo pequena área, e um atacante, na tentativa de cabecear a bola, tocou a bola com o seu braço. O árbitro, que até estaria bem colocado, interrompeu de imediato a partida e assinalou... pontapé de pénalti. O árbitro terá tido a percepção de que a bola bateu num braço. A análise de quem era o braço que efectivamente tocou na bola é que não foi feliz. Não há muitas formas de explicar esta falha: viu mal.

As situações que acima descrevi puseram em causa a verdade desportiva dos respectivos jogos. É inegável. São erros que, seguramente, não contribuem para a tão desejada e necessária credibilização dos árbitros e da arbitragem.

Mas felizmente o “negócio” futebol não irá sofrer grandes males ou consequências. O importante é proteger o “espectáculo” e, assim sendo, todos sabem o que irá acontecer. Os jogadores que tiveram atitudes grosseiras e violentas serão castigados pela federação. Os treinadores que venham a público falar sobre os árbitros destes jogos de forma menos correcta serão, também eles, exemplarmente castigados. Os dirigentes dos clubes envolvidos estão focados na gestão dos seus clubes e nunca falam publicamente sobre lances de arbitragem. Os programas televisivos sobre futebol, onde efectivamente se fala de futebol, não deixarão de analisar os erros, fazendo-o, no entanto, sem andar à procura de fantasmas, pressões ou coações por detrás de cada decisão.

Manchester United-Bournemouth, Liverpool-Arsenal, Swansea-Burnley são os três jogos deste fim-de-semana onde aconteceram as situações que abordei nesta crónica. São jogos da Liga de futebol mais espectacular do mundo. Aquela que é “usada” sempre que queremos mostrar e argumentar que os nossos árbitros são “fraquinhos”...

 

 

 

 

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