Roubo milionário nos Prémios Goya

Jóias avaliadas em 30 mil euros, usadas durante a gala por actrizes como Clara Lago e Emma Suárez, desapareceram de um hotel em Madrid. Também foi levado material de trabalho da TVE.

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A actriz Emma Suárez, premiada na gala, foi uma das que utilizou as jóias que viriam a ser roubadas. LUSA/JUANJO MARTIN

A 31ª gala dos Prémios Goya, os principais prémios do cinema espanhol, conseguiu fugir à habitual controvérsia política mas não evitou ficar marcada por um incidente. A festa realizada no último sábado, no Hotel Marriott Auditorium de Madrid, foi manchada pelo roubo de jóias da marca Suarez. As jóias de valor estimado em 30 mil euros estavam guardadas num dos quartos do hotel, juntamente com roupas e objectos utilizados durante a cerimónia, lê-se no El Mundo.

O desaparecimento das jóias foi denunciado na segunda-feira pelo gerente de produção do evento e o chefe de segurança do hotel. A descoberta do roubo ocorreu quando os organizadores se preparavam para avisar os fabricantes das jóias que estas poderiam ser recolhidas. No total, estão em falta um anel, quatro pares de botões de punho, um conjunto de brincos e um ou dois relógios. As jóias foram emprestadas pela marca de joalharia espanhola para que fossem utilizados por convidados, para fins promocionais.

Antes de recorrerem à polícia, os organizadores do evento contactaram as pessoas que tinham frequentado o quarto e o hotel, mas todos negaram ter conhecimento da existência do pacote com as jóias.

Segundo os autores da denúncia, as jóias foram deixadas numa caixa sem rótulo, atrás de uma televisão. Apesar do quarto ter sido visitado por inúmeras pessoas durante a noite da cerimónia e no domingo, a caixa estava fora do alcance visual dos convidados e, como tal, eram poucas as pessoas que sabiam da existência das jóias no quarto de hotel.

A porta do quarto não terá sido forçada. A polícia está a investigar o caso e pediu as gravações das câmaras de segurança do hotel recolhidas durante todo o fim-de-semana.

A empresa Suarez recusou fornecer dados relativamente à presença de segurança no quarto de hotel durante o período em que as jóias estiveram no edifício. É uma prática comum as empresas que dispõem as suas jóias para galas ou eventos formais contratarem segurança para proteger as peças.

Além da denúncia do roubo das jóias, trabalhadores da TVE apresentaram queixa pelo roubo de material audiovisual durante a cerimónia, incluindo duas objectivas, vários cartões de memória, duas baterias da câmara, tampas de objectivas, um flash e óculos. Os objectos em falta foram deixados numa secção do palco e não foram encontrados quando os operadores voltaram para os recolher no final da gala.

Esta não foi a primeira vez que os Prémios Goya foram palco de uma história de roubo, já que em 2009, durante uma festa realizada após a cerimónia, um crítico de cinema desempregado "raptou" a estatueta do director Albert Solé. A história teve um final feliz, uma vez que o ladrão decidiu devolver o prémio ao realizador espanhol: "A minha intenção foi sempre de devolver [a estatueta], porque a verdade é que quando fui para a festa não tinha a intenção de roubar, porque eu não sou um ladrão e nunca roubei nada", disse na altura.

Texto editado por Pedro Guerreiro

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