Conselho de Estado espera "contributo" de Guterres contra a “incerteza” da Europa e do mundo

Órgão político de consulta presidencial analisou “o futuro da Europa, num contexto de incerteza e desafios para a própria Europa e para o mundo”.

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Conselho de Estado durou mais de cinco horas NFS - Nuno Ferreira Santos

Não foi só a Europa que esteve nesta terça-feira em análise na reunião do Conselho de Estado. Foi a Europa, foi o futuro da Europa e foi necessariamente o mundo, por estarem actualmente, segundo os conselheiros, “num contexto de incerteza” e de “desafios”.

Num curto comunicado enviado à comunicação social pode ler-se que neste Conselho de Estado, reunido sob a presidência de Marcelo Rebelo de Sousa, e que decorreu no Palácio de Belém, em Lisboa, analisou-se “o futuro da Europa, num contexto de incerteza e desafios para a própria Europa e para o mundo”.

A segunda parte da nota informativa é dedicada a António Guterres, por ter sido eleito secretário-geral das Nações Unidas: “O Conselho de Estado manifestou ao senhor engenheiro António Guterres o júbilo e o orgulho nacional pela sua eleição, por aclamação, como secretário-geral das Nações Unidas, cujo mandato irá ocorrer num contexto internacional muito complexo e exigente, reconhecendo o enorme contributo que pode dar no desempenho do alto cargo pelas suas elevadas qualidades intelectuais e humanas e pelo profundo empenho que sempre coloca nas missões que abraça.”

Nesta que foi a quarta reunião do órgão político de consulta presidencial, desde que Marcelo é Presidente, não esteve obviamente presente o antigo Chefe de Estado, Mário Soares, que, apesar de melhorias e de uma “evolução bastante favorável”, continua internado unidade de cuidados intensivos do Hospital da Cruz Vermelha.

Mas não só. Também esteve ausente, e segundo a agência Lusa por motivos de saúde, o antigo Presidente Ramalho Eanes. Quem também não marcou presença, porque ainda não tomou posse, foi o neurocientista António Damásio – indicado por Marcelo Rebelo de Sousa para substituir Guterres como conselheiro.

Não é a primeira vez que o futuro da Europa e a situação internacional estão em análise nos Conselhos de Estado, desde que Marcelo é Presidente. O comunicado enviado nada diz, porém, sobre algumas questões que marcam a actualidade, como o ataque em Berlim e o homicídio do embaixador russo na Turquia (apesar de no site da Presidência estarem disponíveis as mensagens de condolências enviadas por Marcelo aos Presidentes alemão e russo).

A situação internacional, o futuro da Europa, os seus reflexos em Portugal, já foram tema de reflexão em anteriores Conselhos de Estado – e num deles, aliás, os conselheiros já teciam elogios a Guterres. No Conselho de Estado de 11 de Julho, por exemplo, e apesar de o comunicado ter sido, tal como agora, lacónico, os conselheiros defendiam “a premência de uma contínua reflexão aprofundada sobre os desafios colocados à União Europeia, em termos económicos, financeiros, sociais e políticos”.

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