Liverpool e Manchester United não foram, nesta segunda-feira, capazes de aproveitar o empate (1-1) que o Manchester City (líder da Premier League a par do Arsenal) tinha registado no sábado, frente ao Everton. Se a equipa de José Mourinho desperdiçou a hipótese de se aproximar do topo, a formação de Jürgen Klopp esbanjou mesmo a possibilidade de alcançar o duo que lidera a Liga inglesa. A boa notícia é que, quer os “reds”, quer os “red devils” continuam a uma distância suportável para os comandantes.

Não se afigurava fácil a deslocação de Mourinho a um estádio onde, em 2014, então como treinador do Chelsea, deitou por terra as esperanças do Liverpool em conquistar um ambicionado título de campeão, ao vencer a equipa da casa por 2-0. Uma desfeita que muitos ainda não digeriram em Anfield. Jordan Henderson, por exemplo, expulso nesse encontro por reclamar contra o que considerou ser antijogo dos londrinos, voltou a recordar o sucedido e, antes do embate de ontem, falou mesmo em vingança. Para além disso, o Liverpool estava a atravessar um excelente momento, chegando ao encontro de ontem com uma série de quatro triunfos consecutivos.

Só que o treinador português, desta feita, montou uma equipa que, em boa parte da partida, discutiu o resultado. E sem que o encontro fosse espectacular, a primeira grande ocasião de golo pertenceu mesmo ao Manchester United, quando Ibrahimovic, já no segundo tempo, desaproveitou um bom centro de Pogba, optando por fazer uma assistência para o vazio em vez de cabecear para a baliza.

O lance despertou o Liverpool que, até ao final do jogo, foi a equipa mais perigosa. E, neste período, Mourinho pode agradecer ao guarda-redes De Gea o nulo com que regressou a casa. O espanhol parou com enorme classe os remates do turco Emre Can e do brasileiro Philippe Coutinho, este último com uma defesa que é já candidata ao prémio de “defesa do ano”.

No final do encontro, opiniões distintas entre os treinadores. Mourinho disse que a sua equipa jogou como quis. “Controlámos o jogo do ponto de vista táctico e mental. Sentimos a desilusão entre os adeptos do Liverpool (...) Fizemos o jogo que quisemos”, disse. E sobre o adversário atirou: “É uma boa equipa, mas não é a oitava maravilha do mundo como vocês [jornalistas] costumam dizer.” Klopp assumiu alguma frustração: “É o nosso primeiro jogo sem sofrer golos, por isso ‘youpi!’, mas não estou satisfeito, ainda que somar um ponto contra o Manchester United não seja a pior coisa do mundo.”