Uma dupla diferente para igualar ou melhorar a prata de Londres

Emanuel Silva e João Ribeiro vão disputar nesta quinta-feira a final do K2-1000m, prova em que Portugal conquistou, há quatro anos, a sua única medalha olímpica.

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Emanuel Silva e João Ribeiro vão à final de K2 1000m
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A única medalha que Portugal conquistou nos Jogos Olímpicos de Londres há quatro anos foi na canoagem com uma dupla que já não existe. Desse K2 que foi de prata, Fernando Pimenta saltou do barco e entendeu que tinha de seguir para o K1, enquanto Emanuel Silva ficou a bordo e acolheu João Ribeiro. É esta dupla que hoje vai defender o estatuto de vice-campeã olímpica na lagoa Rodrigo de Freitas, na final de K2 1000 metros. Para Emanuel Silva, o mais experiente dos dois, é a terceira final olímpica. João Ribeiro é o estreante da dupla e ambos deram bons sinais nas rondas de qualificação, em especial na meia-final. A corrida estava controlada e não a precisavam de ganhar. Mas ganharam.

“Estratégia”, resumiu Emanuel Silva, a cumprir no Rio de Janeiro a sua quarta participação olímpica, ele que se estreou com 18 anos em Atenas 2004. “Poupámos um bocado as energias na eliminatória e fizemos um controlo inteligente para atacar a semifinal. O resultado está à vista: final olímpica” acrescentou o veterano do K2, que é quem vai na proa do caiaque. Ribeiro, o estreante, disse mais qualquer coisa sobre a vitória na semifinal. “É para mostrar aos outros que estamos cá para ganhar medalhas. Ninguém vai para a final para lutar pelo quarto, quinto ou sexto.”

Às 9h08 em ponto, hora do Rio de Janeiro (e as regatas têm começado sempre com uma pontualidade notável), Silva e Ribeiro vão alinhar na pista seis e vão ter a concorrência, por exemplo, do pódio completo do K2 1000 dos últimos Mundiais, as duplas da Alemanha, da Austrália e da Sérvia, mais três que foram finalistas (Hungria, Lituânia e Eslováquia), não estando a dupla húngara que foi campeã há quatro anos. “Todos os que estão na regata das medalhas são candidatos. Nós somos, os outros sete barcos também. Por isso, só temos de acreditar.”

O quinto lugar de Fernando Pimenta na final de K1 1000 não foi um início auspicioso para a representação portuguesa na canoagem olímpica, com o homem de Ponte de Lima a apontar as folhas das árvores como um factor decisivo para ter ficado fora do pódio. As folhas não são algo que preocupe Emanuel Silva. “Nunca me preocupou os mosquitos, as algas, as ondas, o vento… O que me preocupa é como me vou sentir amanhã [hoje]. Sendo optimista, tenho de estar preocupado comigo. O resto vai ser igual para todos, não preciso de mais adversários”, disse.

Entre a dupla, Emanuel Silva é o mais falador e o mais descontraído, pela experiência e pela sua natureza extrovertida. Já era assim em Atenas, finalista no K1 1000 com apenas 18 anos, em que dizia que queria ser campeão olímpico nem que se matasse todo. Passaram 12 anos desde a estreia nos Jogos gregos e esta final no Rio desperta-lhe as mesmas sensações. “As sensações são iguais. Os Jogos têm uma mística especial. É um conjunto de emoções, passar em frente ao público e ser apaludido. No Brasil, estamos em casa. Eu sinto isso e dá-me mais vontade de carregar na pagaia”, diz o bracarense.

Sem Pimenta na popa, Silva garante que a simbiose com João Ribeiro é perfeita. “A sincronização é perfeita. Saímos para comer um gelado, dormimos no mesmo quarto. Por isso, só podemos ter um K2 de sucesso. Só temos de acreditar. Ele acredita em mim e eu acredito nele”, diz Emanuel Silva. E a verdade é que este K2 tem apresentado resultados, o mais sonante dos quais um título mundial em 2013, na prova de 500 metros. E agora, uma final olímpica, a terceira para o bracarense de 30 anos, a primeira para Ribeiro, que fará 27 anos no dia a seguir à final.

“Esta dupla não é uma surpresa. Com a minha experiência e com a vontade do João, dá resultado. Gostamos de pagaiar, gostamos de pôr o barco a andar depressa. Estamos em conjunto e estamos em sintonia”, garante Emanuel Silva. Agora, é só acordarem bem-dispostos e ambiciosos, mas isso, diz o canoísta, não será um problema: “Vai ser uma final olímpica bonita de se ver. Não podemos vir para aqui desanimados. Temos de estar sempre optimistas. Acordamos a pensar nas medalhas, treinamos a pensar nas medalhas. Não podemos estar com o peso do mundo às costas, temos de estar descontraídos. Vai ser um dia espectacular. Temos de acordar a pensar que vai ser um dia em grande, descontraídos a fazer o que é melhor e dar tudo.”

Portela e Silva na final B

Das três embarcações portuguesas em prova nesta quarta-feira, apenas o K1 1000 masculino se qualificou para a final A. Tanto Teresa Portela (K1 500) quanto Hélder Silva (C1 200) falharam o acesso à regata das medalhas e vão disputar a final B. No K1 500, Teresa Portela foi quarta na sua semifinal, naquela que foi a sua terceira participação olímpica, enquanto o estreante Hélder Silva esteve na luta pelo acesso à final até aos últimos metros, mas acabou por ficar em quinto – qualificavam-se os dois primeiros, mais os dois melhores terceiros das três séries.

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