Valerie Adams e o triplo triunfo (quase certo) no peso que fugiu

A neozelandesa Valerie Adams poderia chegar a um inédito terceiro título olímpico consecutivo no lançamento do peso, mas foi batida ao cair do pano pela norte-americana Michelle Carter.

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Valerie Adams Phil Noble/REuters
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Valerie Adams KAI PFAFFENBACH/Reuters
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Valerie Adams e Michelle Carter KAI PFAFFENBACH/Reuters
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A última final do primeiro dia do atletismo no Rio de Janeiro envolvia uma questão interessante, a de saber se a neozelandesa Valerie Adams poderia chegar a um inédito terceiro título olímpico consecutivo no lançamento do peso e ultrapassar, dessa maneira, um período de dois anos marcados pelas dúvidas e por algumas derrotas pouco habituais, na sequência de uma cirurgia.

Adams - a gigante da especialidade com o 1,93m e 120 quilos de peso - desde as categorias juniores que se vinha mostrando ser uma atleta à parte e chegou a ter mais de 40 triunfos consecutivos na sua disciplina, série que poderia ter sido interrompida quando acabou atrás da bielorrussa Nadezhda Ostapchuk nos Jogos de Londres, apenas um par de dias antes de a eslava ser desqualificada por doping, e a vida ter voltado ao seu curso normal.

Nesta sexta-feira, na qualificação matinal Valerie tinha sido a melhor, com 19,74m, mas as suas principais rivais também passaram à final sem problemas – falava-se no caso da norte-americana Michelle Carter, da chinesa Gong Lijiao e da alemã Christina Schwanitz.

A final desta madrugada começou por encaminhar tudo de maneira definitiva para o triplo ceptro da neozelandesa. Após uma abertura a 19,79m, a atleta kiwi lançou 20,42m ao segundo ensaio, de há muito o seu melhor registo, e nenhuma das adversárias conseguiu reagir. Christina Schwanitz fez 19,03m de início mas acumulou nulos de seguida e não saiu da sexta posição; Gong Lijiao também não se encontrou e não aproximou os 20m; e Michelle Carter, embora melhor que estas rivais, parecia totalmente satisfeita com os 19,87m que ao quarto lançamento reforçavam a sua posição de medalha de prata. Teve de vir uma atleta de fora do lote das candidatas mostrar-se o catalisador da prova. A húngara Anita Marton arrancou ao quinto lançamento um excelente recorde nacional de 19,87m e passou a terceira, com a mesma marca da americana, arredando as outras favoritas do pódio. E no ensaio seguinte, espicaçada, Carter conseguiu uma bomba que perseguia há anos, sem nunca parecer que iria conseguir- 20,63m, a melhor marca do ano, de longe recorde americano (que ela já detinha com 20,24m) e um KO consumado a Vilie. Que golpe de teatro. A neozelandesa ainda podia responder com um último ensaio, tudo tentou e voltou a passar 20m, mas Carter manteve-se inamovível e negava à grande Valerie o seu inédito terceiro título, que teve 99 por cento de possibilidades para acontecer e afinal lhe escapou literalmente por entre os dedos.

O heptatlo feminino terminou o seu primeiro dia e coroará este sábado a atleta mais completa dos Jogos. A campeã olímpica britânica Jessica Ennis-Hill segue na frente, com 4057p, mas a sua vantagem não é grande sobre as principais perseguidoras, a belga Nafissatou Thiam (3985p) e Akela Jones, de Barbados (3964p), pelo que tudo deverá ficar em aberto até perto do final.

Esta jornada nocturna do Rio, início do dia em Portugal, teve a presença de duas atletas portugueses nas eliminatórias. Lorène Bazolo, a nova recordista nacional de origem congolesa e naturalizada este ano, correu o primeiro quarto-de-final nos 100m, ficando em quarto lugar após uma boa partida na pista dois, a primeira ocupada nessa corrida. Com 11,43s a sportinguista não conseguiu ser repescada para as meias-finais, tendo sido o tempo de Olesya Povh, da Ucrânia, com 11m39s, a último a funcionar para esse efeito.

Marta Pen Freitas, este ano também sagrada campeã universitária norte-americana e que no final de Julho, já depois dos Campeonatos de Portugal, conseguira arrancar mínimo de presença olímpica com 4m06,54s, esteve em acção na primeira eliminatória dos 1500m, mas viu-se envolvida numa embrulhada que lhe fez perder o ritmo e posições, e terminou em 12.ª, com 4m18,53s, consequentemente longe de poder aceder às meias-finais.

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