Director do Diário de Notícias demitiu-se

Anúncio da saída de subdirector para o Sporting terá precipitado decisão de André Macedo.

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JOAO CORTESAO

O director do Diário de Notícias, o jornalista André Macedo, demitiu-se. A notícia foi avançada pelo Expresso e confirmada pelo PÚBLICO.

André Macedo dirigia há dois anos o Diário de Notícias, mas antes disso passou por vários outros órgãos de comunicação social. Fundou e dirigiu o jornal digital Dinheiro Vivo, tendo trabalhado também na revista Sábado, da qual foi chefe de redacção, no Correio da Manhã, no jornal desportivo Record e na revista Focus. Também escreveu para revistas como a Volta ao Mundo e a Notícias Magazine, esta última do grupo Global Media, que, além do Diário de Notícias, inclui o Jornal de Notícias e o referido Dinheiro Vivo, entre outras publicações, e também a rádio TSF.

Antes de integrar a equipa fundadora do jornal i, do qual foi director adjunto, André Macedo passou pela direcção do Diário Económico. Jornalista desde 1995, viu-se confrontado há poucos dias com o anúncio de saída do seu subdirector Nuno Saraiva para a direcção de comunicação do Sporting a partir do mês que vem – o que terá precipitado a sua demissão, que apanhou a redacção de surpresa.

Segundo o próprio, não seria legítimo da sua parte sobrecarregar o jornal com a escolha de um novo subdirector quando não tencionava manter-se em funções no DN muito mais tempo. "Quero fazer outras coisas e tenho duas ou três possibilidades no jornalismo", diz, sem adiantar quais. Enquanto isso não acontece, André Macedo vai terminar um livro que está a preparar sobre a gestão política e económica do país desde a década de 70. A exercer funções de direcção em órgãos de comunicação social nos últimos dez anos, garante não ter sido confrontado pela administração com exigências, a nível de cortes financeiros, impossíveis de cumprir: "Não houve conflitos que tenham levado à minha saída. Fizemos cortes substanciais nos últimos dois anos e conseguimos reduzir um terço dos prejuízos."

Um comunicado divulgado pela Global Media ao final do dia desta terça-feira confirma que foi o director quem pediu, "por sua exclusiva iniciativa", para ser substituído. "O processo de substituição está a desenrolar-se nos seus trâmites normais, previstos nos procedimentos da empresa. O funcionamento normal do jornal continuará e será assegurado pela actual direcção editorial até que se proceda à nova nomeação, que será comunicada oportunamente", acrescenta-se. Reafirma-se ser propósito da Global Media "manter a estratégia bem sucedida destes últimos dois anos e continuar a reforçar a qualidade editorial e económica do projecto".

Embora tenha ganho leitores no formato digital, o jornal continua a perdê-los na edição em papel. E vai abandonar o seu edifício histórico na Avenida da Liberdade ainda este ano, para se mudar, juntamente com o JN e a TSF, para as Torres de Lisboa, na zona de Benfica. O emblemático imóvel desenhado por Pardal Monteiro em 1940 para o DN foi vendido e deverá passar a albergar residências de luxo e também comércio, embora mantendo a fachada e alguns interiores, uma vez que se encontra classificado, como património arquitectónico, na categoria de imóvel de interesse público.

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