Portugal chumba no primeiro teste e baixa as expectativas

Bulgária, 70.ª classificada do ranking da FIFA, derrotou a selecção de Fernando Santos em Leiria. Erros defensivos, desinspiração e falhas inacreditáveis na finalização explicam um pouco o desaire.

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Cristiano Ronaldo falhou um penálti e mais uma série de boas oportunidades Rafael Marchante/Reuters

A menos de três meses da estreia no Euro 2016, Portugal refreou nesta sexta-feira as expectativas dos seus adeptos em relação às ambições da selecção no torneio francês. Uma surpreendente derrota, no Municipal de Leiria, frente à modesta Bulgária (70.ª no ranking da FIFA), por 1-0, demonstrou que Fernando Santos tem muito trabalho pela frente para construir uma equipa sólida, equilibrada e forte psicologicamente para enfrentar os desafios da fase de grupos da grande prova da UEFA.

Fosse pela ausência de pressão neste jogo particular ou pelas preocupações dos jogadores portugueses estarem ainda, nesta fase da temporada, concentrados nos compromissos dos seus clubes, a verdade é que Portugal esteve muito longe de convencer em vários capítulos. O melhor da exibição portuguesa surgiu nos primeiros 15 minutos e depois a equipa foi caindo numa espiral descendente até ao apito final.

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É indiscutível que a formação nacional desperdiçou inúmeras oportunidades de golo, que culminaram com um penálti desaproveitado por Cristiano Ronaldo, aos 66’, mas falhou também (e muito) no capítulo defensivo, como ficou bem expresso no golo búlgaro, apontado por Marcelinho, aos 19’.

Se esta partida com a Bulgária, como assumiu Fernando Santos, servia de teste para preparar jogos idênticos que esperam a selecção na fase de grupos em França, nomeadamente frente à Islândia (no jogo de estreia, a 14 de Junho), o resultado foi um rotundo chumbo. E totalmente por culpa própria. Mesmo a jogar sem um ponta-de-lança de raiz, substituído por uma dupla atacante muito móvel e aberta, composta por Ronaldo e Nani, uma equipa com as ambições portuguesas não pode falhar tanto ao nível da finalização.

Arrumado em 4-4-2, com três jogadores do Sporting no meio-campo (William Carvalho, Adrien e João Mário) e o bracarense Rafa a fechar o quarteto, numa das alas, Portugal entrou bem no encontro, aproveitando alguma desorientação do adversário para criar cinco grandes oportunidades nos primeiros nove minutos. O problema é que os búlgaros não vieram a Leiria para ver jogar e quando começaram a experimentar incursões junto da área nacional não deixaram de notar a tremedeira que causavam ao sector mais recuado da equipa de Fernando Santos.

Anthony Lopes (a grande novidade na baliza) ainda travou um livre de Popov, aos 18’, mas no minuto seguinte foi impotente para impedir o golo de Marcelinho que ultrapassou (ainda que com alguns ressaltos fortuitos) Vieirinha e, principalmente Pepe, antes de empurrar para as redes. Já na baliza contrária, Stoyanov defendeu tudo o que havia para defender e, quando não o fez, o ataque português falhava escandalosamente o alvo, com Nani em destaque.

Se frente a um adversário fraco a exibição portuguesa desiludiu, veremos como será o comportamento da selecção com o oponente de outro calibre, como a Bélgica, que comanda o ranking da UEFA, na próxima terça-feira.

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