Assunção Cristas reduz vice-presidentes e renova dirigentes

Secretário-geral deverá ser Pedro Morais Soares, que dirigiu a campanha interna de Portas.

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Assunção Cristas vai reduzir as vice-presidências para metade Pedro Cunha

A provável futura líder do CDS-PP, Assunção Cristas, está a preparar uma redução para metade dos vice-presidentes e uma renovação da comissão política e do núcleo duro da liderança. O secretário-geral deverá ser Pedro Morais Soares, que dirigiu a campanha interna de Paulo Portas para a presidência do partido em 2014. Além das listas da única candidata à sucessão de Paulo Portas, é possível que outras figuras do partido que eram apoiantes de Nuno Melo apresentem alternativa aos órgãos do partido.

De sete vice-presidentes, a Comissão Política deverá passar para metade, mais o líder parlamentar (actualmente Nuno Magalhães) que integra por inerência. São dadas como certas as saídas de Artur Lima (do CDS/Açores) e de Teresa Caeiro de vice-presidentes. Diogo Feio, que é próximo da futura líder deverá manter-se e Nuno Melo também, se o pretender, tal como foi combinado entre os dois na altura em que o eurodeputado decidiu não se candidatar à liderança.

Os ex-governantes João Almeida e Pedro Mota Soares são nomes em dúvida nas vice-presidências. Por outro lado, o PÚBLICO sabe que há outras figuras que deverão ter mais protagonismo nos órgãos do partido. É o caso de Adolfo Mesquita Nunes, ex-secretário de Estado do Turismo e membro da comissão executiva, e Teresa Anjinho, antiga deputada e elemento da Comissão Política Nacional que entrou no CDS pela mão de Assunção Cristas. É ainda o caso do deputado João Rebelo, que não integrava os órgãos do partido há vários anos. 

A única candidata à liderança do CDS-PP, que deverá ser eleita presidente este domingo no congresso, quer renovar um terço da Comissão Política Nacional, com nomes que podem ser recém filiados no partido. O critério passa por escolher pessoas em diferentes áreas profissionais, de várias zonas geográficas e sensibilidades internas. Com esta injecção de sangue novo, a nova líder pretender dar mais agilidade e responsabilidade ao órgão que deverá passar a reunir uma vez por mês.

A renovação passará também pela comissão executiva que é o órgão mais restrito de consulta do presidente do partido. A perspectiva de mudança – e de saída de alguns nomes mais fortes do “portismo” – está a deixar os centristas nervosos. Dirigentes ouvidos pelo PÚBLICO defendem que deve ser feito um “equilíbrio” entre figuras mais ligadas ao aparelho e pessoas sem relação com as estruturas.

Para já, à frente da bancada parlamentar deverá manter-se Nuno Magalhães. O grupo parlamentar reunirá com a nova líder já na próxima semana. Na secretaria-geral do partido sai António Carlos Monteiro, que exerceu nos últimos anos e será substituído por Pedro Morais Soares, ex-deputado e presidente da junta de freguesia do Estoril.  

As listas candidatas aos órgãos do partido podem não ser exclusivas de Assunção Cristas. A possibilidade de surgir uma alternativa ao Conselho Nacional, assinada por antigos apoiantes de Nuno Melo, não está afastada, mas não está fechada, vai depender do primeiro dia do congresso. Também Filipe Anacoreta Correia, da tendência Alternativa e Responsabilidade, pondera apresentar uma lista.

É este sábado e domingo, em Gondomar, que os centristas vão reunir-se para ouvir o discurso de despedida de Paulo Portas e a mensagem da única candidata à liderança. No domingo decorrem as votações para os órgãos e a presidente eleita fará o encerramento.

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