Faltam poucas horas para a cerimónia de entrega da Bola de Ouro da FIFA correspondente a 2015 e os candidatos já estiveram juntos no palco a responder a questões. Na conferência de imprensa prévia à gala, Cristiano Ronaldo e Lionel Messi trocaram elogios. O português reconheceu que o argentino “parte um pouco à frente”.

“Estou aqui por mérito próprio, pela temporada que fiz. Tive um bom ano a nível individual. O Lionel tem mais probabilidades de ganhar, mas estou aqui por uma razão. Os capitães e seleccionadores votaram em mim. Estou muito feliz. Não seria uma surpresa se eu ou o Neymar ganhássemos, mas o Lionel parte um pouco à frente”, admitiu Cristiano Ronaldo.

Nomeado pelo quinto ano consecutivo, o futebolista madeirense foi distinguido com o galardão em 2013 e 2014 (para além de ter conquistado a Bola de Ouro, quando ainda era um prémio autónomo entregue pela France Football, em 2008). “Adoro jogar futebol e adoro bater recordes. Não é uma pressão estar aqui, ou é uma pressão boa. Estar nomeado é uma grande honra, claro que todos queremos ganhar, mas só um ganhará. Em termos individuais, estou contente com a minha época. Não ganhámos troféus, mas tive uma boa época e estou contente”, sublinhou.

Questionado sobre qual a qualidade de Messi que gostaria de ter, Cristiano Ronaldo escolheu o pé esquerdo: “A esquerda não é nada má. Eu não sou mau com o pé esquerdo, mas o dele é muito bom”.

Cristiano Ronaldo também contou a história de como começou a usar o número 7 na camisola. Tudo começou com a transferência para o Manchester United. “Quando assinei pedi para usar o 28, porque era o que usava no Sporting. Mas o treinador [Alex Ferguson] disse-me que não, que ia usar o 7. Fiquei com um pouco de medo, porque era o número do Beckham. Mas desde então tornou-se no meu número da sorte e gosto dele”, recordou.

Sobre os escândalos de corrupção que abalaram a FIFA em 2015, Cristiano Ronaldo confessou que os futebolistas costumam evitar falar sobre o tema. “Na generalidade, a crise e a corrupção não são boas, no futebol como na vida. Somos futebolistas profissionais, competimos todas as semanas, treinamos todos os dias, e é nisso que estamos concentrados. O melhor seria não haver corrupção”, disse.

“Trocava pelo Mundial”
Favorito à Bola de Ouro da FIFA correspondente a 2015, Lionel Messi foi colocado perante uma escolha difícil: preferia conquistar o prémio pela quinta vez ou trocava os galardões pelo título de campeão mundial? O argentino não teve dúvidas: “Trocava pelo título de campeão mundial, sem dúvidas. Os títulos colectivos são mais importantes do que os individuais”.

“Todos os anos tento superar o que fiz no ano anterior. No ano passado atingimos os objectivos, tivemos um ano fantástico. Encheu-nos de orgulho. O melhor momento? É complicado escolher um. Foi um ano cheio de alegrias”, admitiu Messi. “É um privilégio estar aqui, não uma pressão. É sempre mais difícil voltar a ganhar depois de o ter conseguido. Estar aqui pela nona vez é verdadeiramente fantástico”, acrescentou.

Sobre Cristiano Ronaldo, o argentino disse que “tem muita qualidade”. “Há nele muitas coisas boas que qualquer jogador gostaria de ter. Ele é como é, eu sou como sou. Não sinto inveja, é um sentimento negativo”, frisou Messi. Quando a Neymar, descartou que o brasileiro seja seu sucessor no Barcelona: “Não é sucessor de ninguém, será ele mesmo, o que é óptimo. Vai continuar a evoluir, a crescer. Tem tudo para tornar-se o que quiser ser no futebol. É um jogador extraordinário”.

O internacional brasileiro, também presente na conferência de imprensa, mostrou-se honrado por estar nomeado ao lado de Messi e Cristiano Ronaldo. “São absolutamente os melhores jogadores, por isso estão aqui. Já fizeram história. Não sei se já estou ao nível deles. São ídolos, admiro-os profundamente. É uma grande honra estar neste palco ao lado deles. Quero continuar a melhorar, isso é o mais importante”, sublinhou.

“Fico feliz com os jogos e golos que tenho vindo a fazer. Tenho de agradecer aos meus companheiros de equipa. Todos têm mérito por estar aqui”, concluiu Neymar.