Petição apela ao diálogo sobre prédio ao lado da igreja de Caxinas

A solução encontrada pela câmara não agrada toda a gente.

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A empena sul do prédio está a ser erguida sa menos de quatro metros do muro da igreja Maria João Gala

A opção encontrada pela Câmara de Vila do Conde, Elisa Ferraz, para atenuar o efeito da construção de um prédio, com 16 metros de altura, ao lado da Igreja das Caxinas não agradou a um grupo de cidadãos que lançou nesta quarta-feira uma petição para tentar convocar uma sessão extraordinária da assembleia municipal (AM) tendo em vista a obtenção de uma solução diferente da anunciada no passado sábado: o afastamento do novo edifício somente em mais dois metros (passa para seis) em relação ao muro do templo.

António Postiga, um dos vinte e quatro promotores iniciais da petição - entre os quais consta Abel Coentrão, presidente da Associação Cultural Bind’Ó Peixe e jornalista do PÚBLICO - disse que  a recolha de assinaturas está a ser feita “em muitas casas comerciais” da localidade e também na Internet.  E acrescentou que, em princípio na próxima semana, o “abaixo-assinado” será enviado ao presidente da AM, Mário Almeida (anterior líder da Câmara) que, recorde-se, defendeu publicamente outras soluções como o recuo dos pisos superiores. Ou, no limite, o recurso à expropriação de parte do terreno.

Mas para Elisa Ferraz o afastamento do prédio em mais dois metros é o acordo possível perante um promotor que obteve o licenciamento da própria autarquia e inclusive já iniciou a construção de um prédio em frente à praia, com rés-do-chão e quatro pisos. E mesmo para obter mais dois metros, o município terá de ressarcir o promotor imobiliário numa verba que será definida num “tribunal arbitral”.

A distância permitirá a criação de uma via pedonal entre as Avenidas Infante D. Henrique e de Carlos Pinto Ferreira, assim que a câmara adquirir uma habitação no lado nascente, e essa intervenção urbanística vai, no entender” de Elisa Ferraz, de encontro aos interesses dos responsáveis da paróquia.

Mas para os autores da petição, o “edifício em causa continua a afectar o enquadramento urbano da igreja” e é uma “afronta à nossa dignidade enquanto povo”. É necessário, sublinham, “não ser fechada a porta ao diálogo” entre a câmara e o promotor, na procura de uma outra intervenção e de ”formas legais de compensar os prejuízos que qualquer decisão provocará no empreendimento.”

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