Valsa

Todos os obscurecidos caminhos damemória do soldado Ari vão dar aSabra e a Chatila, e o mundo, pelomenos o mundo que vai ver "Valsacom Bashir", parece dividir-se entreos que acham que as "imagens reais"de Sabra e Chatila que aparecem nofim são fundamentais por ilustrarema "cena primitiva" e os que,justamente por serem a ilustração da"cena primitiva", os achamescusados. Ou apenasexcessivamente lógico: num filmesobre a memória como buraco negroexaspera um bocadinho esta precisãode relojoaria a suspender a vertigem(e do que mais gostamos é dosmomentos em que Folman deixasobrepor um lirismo onírico eabsurdo, a cena no barco ou a dapropriamente dita valsa com Bashir,não muito longe das guerras de Fullere de Coppola).

Mas, que sabemosnós?, escrevemos estas linhas eparecem-nos picuinhices (ah, o"primado da estética"), quando arealidade faz tudo o que está ao seualcance para confirmar a pertinênciade um filme como este. Israel temferidas na alma: não o saberíamos selêssemos apenas a opinião publicadaem Portugal, mais o seu sacrossanto"direito à auto-defesa". Pode ser queainda estreie o Mograbi.

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