Segunda longa-metragem de Michael Cristofer (argumentista tornado realizador que, aparentemente, pretende fazer carreira como o novo Zalman King, especializando-se no erotismo de pacotilha), "Pecado Original" é um enjoativo folhetim dos trópicos, decalcado de "Wide Sargasso Sea", de John Rhys (cuja adaptação ao cinema não foi feliz). E um mero veículo para Angelina Jolie exibir os seus atributos físicos: ela é uma versão feminina de "Dr. Jekyll and Mr. Hyde" - vil devoradora de homens e fortunas, por um lado, esposa dedicada e apaixonada, por outro. Importada da América para um casamento de conveniência com um rico exportador de café cubano (Antonio Banderas), Jolie é uma epicurista que obviamente leu Sade e faz render o marido aos seus encantos, para o usurpar de seguida. A propósito de usurpação: Cristofer usa e abusa dos movimentos de câmara, as supostas cenas "tórridas" entre Jolie e Banderas ficariam mal vistas ao pé de qualquer spot publicitário de uma manteiga (censura oblige), e os breves flashes da vivência cubana, ao som de ritmos caribenhos, não destoariam num anúncio da Nescafé. Soporífero.