O Caso de Thomas Crown

John McTiernan em excelente forma, num registo em que nunca o víramos - o da comédia altamente sofisticada, vagamente reminiscente de algum Hitchcock, onde a acção é mero pretexto para encenar uma relação carnívora e carnal entre um homem e uma mulher. "O Caso Thomas Crown" abre e fecha com duas sequências de antologia para os "action movies" contemporâneos, primeiro o roubo, depois a devolução de um quadro de Monet. O segredo é simples e McTiernan conhece-o há muito (pelo menos desde "Die Hard"): é que "acção" quer dizer que algo acontece em determinado espaço durante determinado lapso de tempo, e que esse espaço e esse tempo são, cinematograficamente, muito mais importantes do que aquilo que neles acontece. Mas o melhor, e mais supreendente, está no meio: toda a relação entre Pierce Brosnan e Rene Russo (que se transcendem e nunca foram tão bons), autênticos "scorpions in love", capazes das mais erotizadas sequências que o cinema americano "mainstream" ofereceu para aí nos últimos vinte anos. E não esqueçamos o fabuloso secundário Denis Leary, no papel do polícia "cansado".

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