Mesmo não trazendo nada que o recomende particularmente, "A Múmia" acaba por ser, de entre todos os candidatos a "blockbuster" do Verão português, a proposta mais agradável. É inútil procurar prolongamentos do cinema clássico de terror ? em particular com o filme homónimo de Karl Freund ? e em relação a um filme como "Os Salteadores da Arca Perdida" o registo de "A Múmia" é ainda mais bidimensional. Mas preserva qualquer coisa de um espírito de "série B", obedecendo a uma lógica de espectáculo que, não se levando muito a sério, contém os seus próprios anticorpos. É como se fosse uma enorme banda desenhada, onde a verosimilhança nem tem regras nem conta seja para o que for, onde não há personagens mas "cartoons". Pelo menos neste caso, é isso que torna as coisas bem mais divertidas do que à partida podíamos esperar.
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