John Boorman foi desde sempre um cineasta irregular, às vezes muito bom (como em "Point Blank" ou "Fim de Semana Alucinante"), outras muito mau ("Leo the Last"), mas os últimos anos parecem ter reduzido a amplitude do espectro dessa irregularidade e forçado o cineasta a habitar aquela zona indistinta do "nem muito bom nem muito mau". Ou seja, e em poucas palavras, já não se espera muito de Boorman. Nesta ordem de expectativas "O General" acaba por ser relativamente animador. É um regresso a um estilo seco e "britânico" (portanto, quase televisivo), a jogar na concentração narrativa e no trabalho de composição das personagens, e só é pena que Boorman não assuma tais características até às últimas consequências: o pior de "O General" acontece quando o cineasta abandona esta sobriedade crispada e se deixa levar pela tentação de fazer "poesia". Mas apesar dos seus desequilíbrios "O General" acaba por levar a água ao seu moinho e afirmar um peculiar ponto de vista sobre a "questão irlandesa".
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