Woody Allen repete-se (há quantos anos?), é verdade, mas não são assim tantos os cineastas capazes de serem surpreendentes mesmo quando se repetem. "Celebridades" vem de alguma forma quebrar o optimismo (ou pelo menos a vivência jovial do pessimismo) dos seus últimos filmes, e sempre com ar de quem não quer a coisa, semeando falsas pistas por aqui e por ali, termina num tom que faz dele, muito provavelmente, o mais desesperado de todos os filmes de Woody Allen. É "imperfeito"? Isso salta à vista, é pena é que não o seja mais, e que todos os apontamentos "allenianos" (mesmo que resultem em bons interlúdios cómicos) provoquem aqui um efeito de dispersão, de "alívio" de uma carga negativa cuja tensão, perdendo-se, desequilibra o filme. Se calhar, vão ser precisos alguns anos para que se aclare a importância de "Celebridades", filme não tão "menor" como quer aparentar.
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