Joe Dante retira o seu estatuto (solitário?) de herdeiro legítimo da mais vibrante tradição da série B. Com uma clara vantagem sobre os seus colegas de geração que, tendo partido do mesmo ponto e do mesmo conjunto de referências, chegaram muito mais alto: a iconoclastia ainda lhe é permitida. É claro que pensamos em Spielberg e em "O Resgate do Soldado Ryan", de que "Pequenos Guerreiros" pode ser o contraponto ideal (em ambos os filmes há grandes planos da bandeira americana: repare-se na diferença entre eles) - e é curiosíssimo que o filme de Dante seja também uma produção Dreamworks. "Pequenos Guerreiros" é tanto uma paródia feroz do militarismo como uma revisão entusiasmada dos estereótipos do filme de guerra, feita à escala de um brinquedo, cuja matriz (claro que politicamente incorrecta) estaria menos em qualquer "war movie" do que no Todd Browning de "Devil Doll" ou de "Freaks". Como carta de recomendação, é mais do que suficiente.
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