Tempestade

Wolfgang Petersen já tinha dado boas indicações com "O Submarino". E o modo como se integrou na lógica do cinema possível de Hollywood, com o trepidante "Na Linha de Fogo" e, sobretudo com um exercício de estilo tipo "Air Force One", confirmou as promessas. "A Tempestade" não desmerece, mas acaba por ser o mais europeu dos seus filmes americanos, requintando na exploração de uma insuportável claustrofobia herdada de "O Submarino", mas cedendo num final frouxo e patético. Claro que um "happy ending", que contrariasse a história verídica, teria indignado os defensores de fidelidades, mas para acabar nesta espécie de anti-climax, talvez tivesse sido preferível inventar uma qualquer salvação e salvar o filme de morte macaca, por desinteresse. Hollywood sempre se esteve nas tintas para os realismos e conseguiu sempre levar a melhor. Bem sabemos que os tempos são outros. De qualquer modo, toda a primeira parte com a sua tensão permanente (para além do carisma de George Clooney, dentro e fora da pele da personagem, à boa maneira do cinema clássico americano) justificam o risco da decepção final.

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