Missão a Marte

De Palma parece imbuído do espírito da série B para este grande compêndio da ficção científica clássica. Não admira que tenha falhado na bilheteira: a aposta é alta e joga na inteligência e numa tristeza entranhada para revistar nostalgias e se distanciar de modelos. Fascinado embora pelos efeitos especiais, o cineasta nunca perde de vista o retrato de grupo, com uma tensão que não se destina, como a maioria dos sucessos do género, a adolescentes retardados. A belíssima morte de Tim Robbins no espaço remete-nos, aliás, para um tom elegíaco mais próximo do melhor filme-de-guerra do que da aventura espacial. Quem quiser "startreks" e outros "gadgets" abstenha-se. Quem gostar de reflectir sobre as fronteiras do cinema nos insterstícios dos géneros criados por Hollywood não perca.

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