O passado de graça

A Hanx-Writer é um bom processador de texto que tem a aparência e a banda sonora de uma máquina de escrever dos anos 60.

Na terça-feira o PÚBLICO deu a notícia de que a máquina de escrever de Tom Hanks é a aplicação mais vendida no iTunes. Vendida porquê? Aviso já que escusa de ser comprada.

A Hanx-Writer é um bom processador de texto que tem a aparência e a banda sonora de uma máquina de escrever dos anos 60. Só que as teclas não se colam, a fita não se gasta e, acima de tudo, pode-se apagar, copiar e colar texto.

Usando um teclado Bluetooth obtém-se a velocidade de um computador com o prazer do impacto físico das máquinas ditas manuais. Mas perde-se, ao mesmo tempo, toda a graça.

Tem um defeito: não tem acentos, tiles, acentos circunflexos ou cedilhas. A mim isso irrita-me muito. Mas, se for para imprimir, pode acrescentar os acentos à mão, o que dará um cheirinho manuscrito aos documentos, mande-os por correio ou, digitalizados, por email.

É bom para apontamentos e para trabalhos pessoais. Estranha-se tocar levemente nas teclas e obter o resultado das porradonas digitais que distinguem os dinossauros, como eu, que começaram com máquinas de escrever manuais e continuam a infligir a mesma pancadaria aos teclados de agora.

Encantado com a versão gratuita comprei as duas outras (2,69 euros cada uma). Não valem a pena: só varia a tipografia, mais velha e falhada num caso, mais negra e desalinhada noutro.

Por uma vez – porque não confiei em Tom Hanks, de quem é impossível desconfiar?  – a versão gratuita é não só completa como a melhor de todas.

Acontece. Aproveitem.

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