Google sofre grande perda de quota no mercado. A culpa é do Yahoo?

Resultados após anúncio, em Novembro, de uma parceria durante cinco anos entre o Yahoo e o Mozilla.

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O Google enfrenta concorrência do Facebook, onde as pessoas lançam questões aos respectivos contactos Darren Staples/Reuters

Há cinco anos que o Google não sofria um recuo tão significativo na quota no mercado dos motores de busca nos Estados Unidos. No mês passado, a empresa tinha 75,2% de quota, menos 4,1% que em Dezembro de 2013, uma perda que está a ser explicada pela imprensa da especialidade com o facto de o Mozilla ter terminado a sua parceria com o Google e passado para o Yahoo, o motor de busca por defeito do Firefox no país.

O recuo de 4,1% do Google é muito aproximado ao ganho do Yahoo, que em sentido inverso conseguiu o maior ganho de quota no mercado dos sistemas de busca online — de 7,4% para 10,4%, comparando Dezembro de 2013 e 2014, segundo dados da empresa de análise financeira StatCounter.

Os valores da StatCounter revelam que o Google tem a quota mais pequena pelo menos desde 2008, ano em que a empresa de análise de mercados começou a realizar este tipo de serviço, e que, por sua vez, o Yahoo nunca registou valores tão significativos desde 2009.

A quebra do Google surge depois de, em Novembro, o Yahoo e o Mozilla terem anunciado uma parceria de cinco anos durante os quais o Yahoo passaria a ser o motor de busca por defeito do Firefox nos Estados Unidos, nos aparelhos móveis e computadores. Com este anúncio, o Google deixou de ser o motor de busca para os utilizadores do Firefox.

Os resultados muito abaixo do esperado ao nível das principais plataformas móveis do Firefox podem, com o anúncio desta semana, indicar que o Google se terá deixado ultrapassar pela concorrência, isto depois de ter pago perto de 280 milhões de dólares (236 milhões de euros) para ser o motor de busca do Firefox.

“A decisão do Mozilla teve um impacto definitivo nas pesquisas nos Estados Unidos”, sublinha à Bloomberg Aodhan Cullen, da StatCounter. O responsável diz que fica agora por esclarecer se vão regressar ao Google os utilizadores do Firefox — cerca de 12% do total de pessoas que usaram a Internet em Dezembro, nos Estados Unidos.

O Chrome, do Google, e o Internet Explorer, da Microsoft, são os dois principais browsers utilizados em computadores pessoais, com 37% e 34%, respectivamente, de presença no mercado em 2014. Porém, o Google arrisca-se a perder força nos aparelhos móveis com a possibilidade de a Apple deixar de usar o motor de busca por defeito no seu browser Safari, integrado no iPhone e iPad.

A StatCounter estima que 54% do tráfego móvel nos Estados Unidos em Dezembro veio do Safari, mais do que os 41% atribuídos aos browsers do Google, incluindo o Chrome.

O Wall Street Journal sublinha, no entanto, os dados da consultora Strategy Analytics, segundo os quais o sistema operativo Android do Google alimentou 84% dos smartphones no terceiro trimestre de 2014, enquanto o iOS da Apple se ficou pelos 12%.

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