MP acusa três arguidos por burla a bordo de aviões low cost

Suspeitos viajavam com o único objectivo de comprar produtos livres de taxas com cartões que não eram seus. Prejuízo ultrapassa os 100 mil euros.

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Os produtos adquiridos a bordo eram depois vendidos no mercado negro AFP/REMY GABALDA

O Ministério Público (MP) constituiu arguidos três indivíduos que viajavam em companhias low cost exclusivamente com o objectivo de alimentar um estratagema fraudulento de aquisição de produtos sem taxas (duty free) durante os voos.

Segundo um comunicado da Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa, foi requerido na quinta-feira o julgamento em tribunal dos arguidos, acusados por crime de burla qualificada na forma continuada e uso de documento de identificação alheio. Os três estão, neste momento, em prisão preventiva.

Segundo a investigação, dirigida pelo Departamento Central de Investigação e Acção Penal de Lisboa, os suspeitos faziam pagamentos de produtos comprados durante os voos com cartões de crédito sem saldo ou que não lhes pertenciam. O esquema durou cerca de ano e meio, entre Junho de 2014 e Dezembro de 2015, após terem percebido que o pagamento com cartões de crédito durante o voo é apenas confirmado no dia seguinte.

No total, o prejuízo para as companhias aéreas e empresas proprietárias dos produtos ultrapassa os 105 mil euros. O MP acrescenta no mesmo comunicado que os arguidos se apropriaram indevidamente de todos os bens assim entregues, principalmente perfumes e relógios, que vendiam posteriormente no mercado negro, com lucros mensais superiores a 2000 euros.

O Ministério Público requereu a perda a favor do Estado dos objectos apreendidos após o desmantelamento da burla.

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