PS: Passos é o "último moicano" contra aumento do salário mínimo

Debate na especialidade do Orçamento do Estado para 2014 em plenário.

No debate da proposta de aumento do salário mínimo – feita pelo Bloco de Esquerda – o deputado do PS Nuno Sá acusou o primeiro-ministro de ser "o último moicano" a recusar o aumento do salário mínimo, actualmente estabelecido em 485 euros.

"O último moicano que não quer subir o salário mínimo nacional é o primeiro-ministro", afirmou o deputado do PS, acusando Passos Coelho de fazer "ilusionismo político" ao reunir com a concertação social. Mais uma vez no debate desta quinta-feira foi chamado o exemplo da Irlanda. Nuno Sá lembrou que naquele país o salário mínimo desceu mas depois subiu enquanto se cumpria o memorando.

Cecília Honório, deputada do BE, que pretendia o salário mínimo em 545 euros, acusou a maioria de se "esconder trás da troika" quando alega que qualquer alteração está vedada enquanto Portugal estiver sob assistência financeira externa. "Não se escondam atrás da troika", apelou. Jorge Machado, do PCP, lembrou que já existe acordo sobre este ponto na concertação social e que o valor actualmente estabelecido é um "salário mínimo de vergonha".

A maioria parlamentar remeteu a questão para a concertação social. A deputada Mercês Borges, do PSD, defendeu que o partido também é pelo aumento do salário mínimo, mas que tem de haver um consenso mínimo. Já pelo CDS – que mostrou pretender acelerar o calendário de debate, enquanto o primeiro-ministro só em 2015 admite discutir a matéria –, o deputado Artur Rego manifestou disponibilidade da bancada para "acolher" o que será decidido em concertação social. Mas, respondeu ao deputado Nuno Sá ao lembrar que foi o PS que congelou o salário mínimo, rompeu o acordo tripartido que existia sobre essa matéria e inscreveu no memorando a regra de não alterar o valor sem o acordo com a troika.
 
 

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