BE ataca negócios e figuras do PSD

Soeiro acusou Aguiar-Branco de ser sócio de um escritório que lucrou um milhão com subconcessão dos transportes do Porto. E acusou Passos Coelho de ter sido “arrasado” por três mulheres. E Portas de ter entrado “numa máquina do tempo”.

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O “sucesso de Martins mandou arrepios a todo o establishment da Europa”, refere a revista americano

Catarina Martins atacou com o Banco de Fomento, José Soeiro com a “concessão vergonhosa da STCP [Sociedade de Transportes Colectivos do Porto] e da Metro do Porto”.

No comício deste sábado à tarde na Invicta, a número um e o número dois do Bloco de Esquerda pelo Porto acusaram o Governo de falta de transparência em vários negócios. Entre outros, a porta-voz do Bloco referiu-se ao projecto do Banco de Fomento para considerar que o único contributo que deu à economia portuguesa foi ter pago 400 mil euros de salários ao conselho de administração.

Catarina Martins referiu-se ironicamente ao “projecto de sucesso” do Governo, “anunciado em Fevereiro de 2013” – o Banco de Fomento, com sede no Porto. “Sabem quanto crédito pôs na economia portuguesa até agora? Zero cêntimos”, afirmou a porta-voz do Bloco para logo a seguir acrescentar que já “o generoso conselho de administração é pago desde o início deste ano acima do salário do primeiro-ministro”, tendo para isso “autorização especial”. Quanto pagou? “400 mil euros ao seu conselho de administração para fazer absolutamente nada”. Foi este, sublinhou, o investimento que fez na economia portuguesa.

Com ironia, a cabeça de lista pelo Porto recordou que, em 2011, o líder do PSD e primeiro-ministro Pedro Passos Coelho era “o campeão de uma nova forma de estar na política”, que escrevia no Twitter que “não existirão empregos para os amigos”. Só “metade da frase” é verdadeira, brincou a porta-voz.

Catarina Martins não se ficou por aqui e referiu-se ainda à notícia segundo a qual deputados do PSD escolheram a direcção do agrupamento de escolas de Monção. Carlos Abreu Amorim, candidato independente do PSD por Viana do Castelo, diz que não se lembra do caso, mas é o primeiro subscritor de uma carta de 2012 com uma lista de nomes para dirigir o agrupamento, de modo a garantir “a promoção local da política educativa deste Governo”. A porta-voz do Bloco até brincou com o facto de Carlos Abreu Amorim ainda escrever cartas…

José Soeiro aproveitou também para se referir “à maior vigarice” que o Governo fez em véspera de eleições: a “concessão vergonhosa” da STCP e do Metro do Porto, num processo ao qual considerou faltar “transparência” e “respeito” pelo serviço público. Elencou duas figuras ligadas ao processo – o secretário de Estado das Infraestruturas, Transportes e Comunicações Sérgio Monteiro e José Pedro Aguiar-Branco, cabeça de lista no Porto pela coligação Portugal à Frente – e acusou mesmo o ministro da Defesa Nacional de ser sócio de um escritório que “ganhou um milhão de euros” com consultadorias neste processo. “O que está a acontecer neste distrito é um assalto feito por gente fina”, afirmou Soeiro.

A representação feita pelo líder do CDS Paulo Portas sobre as mulheres – que “sabem que têm de organizar a casa e pagar as contas a dias certos, pensar nos mais velhos e cuidar dos mais novos” – voltou a ser referida neste comício na Praça dos Poveiros com perto de 400 pessoas. Para Soeiro, Portas entrou “numa máquina do tempo ao falar das mulheres como se estivéssemos no século passado”. Já Passos Coelho, acrescentou, está em “fuga” depois de ter sido “arrasado” pelas três mulheres “mais competentes que se apresentaram nesta campanha”: Catarina Martins, no debate televisivo, e duas mulheres, uma de “cor-de-rosa”, outra do Minho, com quem se cruzou nas ruas e que não o pouparam nas críticas.

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