Ciência-cidadã: de cientista todos temos um pouco
Na última década, os projectos de ciência-cidadã ganharam popularidade, uma tendência acentuada pela pandemia e pelas actividades ao ar livre. Estas iniciativas podem beneficiar cidadãos e cientistas.
No meio do colorido dos malmequeres, estevas e rosmaninho que bordejam o trilho, o pequeno grupo avança com os olhos postos nos arbustos e maciços de flores. De súbito alguém pára e, num movimento rápido, faz girar a rede em que fica prisioneiro um pequeno insecto. Renata Santos, bióloga, e Albano Soares, naturalista e entomólogo, ambos investigadores do Tagis – Centro de Conservação de Borboletas de Portugal, aproximam-se para determinar se se trata de uma abelha, de uma vespa ou de uma mosca-das-flores. O grupo reúne-se em círculo, atento às informações que nos meses seguintes permitirão identificar com maior precisão os polinizadores do concelho de Constância, num projecto de ciência-cidadã lançado pelo município na Primavera passada. Terminada a explicação, o insecto é libertado e segue rumo à próxima flor. O mesmo fazem especialistas e cientistas amadores, que continuam a explorar os campos, indiferentes ao calor da hora de almoço.
O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.