Passos Coelho: “Estas eleições não são uma desforra para mim”

A “maioria no Parlamento” voltou a ser pedida por Passos Coelho para governar.

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Fotos: Miguel manso
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O líder da coligação Portugal à Frente (PaF) agitou o fantasma da Grécia e colocou a educação, as políticas activas de emprego, um maior financiamento para as empresas, a natalidade mas também o rigor orçamental como as prioridades para os próximos anos. Num jantar em Coimbra, com mais de 2000 pessoas, o convidado estrela foi o ex-líder do PSD e comentador, Marques Mendes.

Em nome de um “futuro mais ambicioso para Portugal”, Passos Coelho recusa ver as legislativas como um tira-teimas. “Não é uma desforra nem para mim nem para o doutor Paulo Portas, nem para quem andava a dizer que este caminho não estava certo e agora perdeu os argumentos e não quer admitir. Isto não é um problema entre políticos”, afirmou. Depois de nos últimos discursos, a coligação ter preferido usar a palavra da estabilidade, Passos Coelho defendeu que “para poder governar, é preciso ter uma maioria no Parlamento”. “ É para isso que ela serve”, disse.

Depois de recordar a situação de descapitalização bancária na Grécia e as “filas desesperadas no multibanco” há alguns meses, o líder da coligação defendeu que as empresas precisam de ter acesso a mais financiamento e a juros mais baixos para poderem investir mais. E isso só se consegue com “confiança e rigor orçamental”. No capítulo orçamental, o chefe do executivo voltou a assegurar o cumprimento da meta do défice deste ano, abaixo dos 3%. “Mesmo em ano eleitoral, a despesa total do Estado está a cair e não a aumentar”, apontou.

O candidato a primeiro-ministro tem insistido, nos últimos dias, na necessidade de atacar as desigualdades sociais mais cedo. Essa é a prioridade definida e que passa por um reforço do combate ao abandono escolar, à maior aposta no ensino vocacional e nos apoios de acção social. Passos Coelho sublinha ainda o “desafio da natalidade” como forma de evitar um problema futuro na Segurança Social.

Na intervenção desta noite foi ainda recuperada uma ideia do início da campanha em que os eleitores, ao ficarem em casa no domingo estão a “premiar o que deu errado no passado” e “trouxe ao resgate de 2011”. A advertência foi deixada pelo líder da coligação, mas também por Marques Mendes, a quem hoje coube aquecer a sala.

“Ficar em casa e não votar é beneficiar o infractor e o infractor é o PS que meteu a troika cá dentro. Pode ser o risco de voltar para trás e deitar fora os sacrifícios que foram feitos”, afirmou o comentador televisivo. Marques Mendes foi mais incisivo sobre a governabilidade do que os líderes da coligação.

“Sem maioria, o governo pode ser bloqueado. Sem uma maioria, o Governo pode ser substituído nos dias seguintes por um Governo cozinhado nas costas do povo. Há risco de haver eleições daqui a seis meses ou um ano”, advertiu. A intervenção do ex-líder do PSD começou por elogiar o actual presidente do partido de quem é amigo há 25 anos:  “Pedro Passos Coelho tem um lugar na história. Porque acabou com o resgate e devolveu a troika à procedência, a credibilidade perdida, e devolveu o orgulho de sermos portugueses”.

Portas alerta para “casos” de última hora
Sem nunca se referir ao caso dos prejuízos do BPN, que esta terça-feira ensombrou a campanha da coligação PSD/CDS, Paulo Portas começou o discurso por alertar para “provocações de última hora e abre aspas casos fecha aspas de última hora” para o “desespero de última hora”, mas disse preferir convencer os indecisos com argumentos.

Mantendo o discurso suave contra os socialistas, o líder do CDS chamou a atenção para as suas alegadas intenções. “As oposições dificilmente se entenderão para governar, mas estão a dizer que vão entender-se para derrubar e deixar o país, sem Governo, sem orçamento”, sustentou. E concluiu: Grandes males grandes remédios, o povo só fica a salvo deste aventureirismo dando à coligação uma maioria estável e tranquila.

Portas quis ainda conferir legitimidade aos indecisos que na recta final optam pela força que parece ser a vencedora. “A maioria dos indecisos junta-se aos que vão ganhar não por oportunismo mas por patriotismo para garantir a governabilidade", argumentou, resumindo numa frase este princípio da sociologia eleitoral: “É por isso que a confiança na coligação gera mais confiança e o desespero gera desespero na oposição”.

Como tem acontecido nos últimos dias, Portas deixou um apelo aos apoiantes para eles próprios tentarem convencer os indecisos mas retirando a carga partidária: “Não perguntem se são de esquerda, centro ou direita, de que partidos estão mais próximos. Saibam ouvir os reparos e sentido crítico. A maioria dos eleitores não acha que um Governo é completamente bom ou completamente mau”. 

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