Rússia assina acordo para usar portos de Chipre

Presidente Vladimir Putin diz que navios militares serão usados no âmbito de operações antiterroristas e antipirataria. Moscovo prossegue aproximação a alguns países da União Europeia.

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O acordo também prevê o uso de aeroportos em caso de crise humanitária YURI KADOBNOV/AFP

Os Presidentes da Rússia e de Chipre assinaram nesta quarta-feira um acordo para que os navios militares russos possam entrar nos portos cipriotas.

"Assinámos vários documentos relativos à nossa cooperação militar. Por exemplo, sobre a entrada dos nossos navios nos portos cipriotas", disse aos jornalistas o Presidente russo, Vladimir Putin.

As relações entre a Rússia e o Ocidente deterioraram-se com o início da crise na Ucrânia, em finais de 2013, mas Putin disse que os navios autorizados a entrar nos portos de Chipre serão usados, na sua maioria, em operações internacionais antiterrorismo e antipirataria.

"Acho que isto não deve preocupar ninguém", disse Vladimir Putin.

Chipre, que depende em grande medida do investimento russo, desvalorizou o acordo assinado nesta quarta-feira, dizendo que os navios da Rússia sempre tiveram acesso aos seus portos. Uma fonte do Governo cipriota disse à agência Reuters que a única diferença é o facto de esta ter sido a primeira vez que o acesso é autorizado através de um acordo próprio para o efeito.

A Rússia tem procurado reforçar os laços com alguns países-membros da União Europeia, incluindo Chipre, Hungria e Grécia, depois de os 28 terem imposto sanções a Moscovo devido ao seu envolvimento na crise ucraniana.

No início da semana, a Rússia reestruturou o empréstimo de 2,5 mil milhões de euros que concedeu a Chipre em 2011, cortando a taxa de juro anual de 4,5% para 2,5% e estendendo o prazo de pagamento de 2018 para 2021.

A Rússia tem procurado portos no Mediterrâneo para os seus navios desde a perda de uma base de manutenção na costa da Síria durante os combates entre as forças anti-governamentais e o Exército do Presidente Bashar al-Assad, que Putin tem apoiado ao longo dos quase quatro anos de guerra civil.

A agência russa TASS avançou nesta quarta-feira que o acordo entre Moscovo e Nicósia inclui a possibilidade de os navios de guerra e os caças russos usarem aeroportos e portos durante crises humanitárias.

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