CEO da Sony fala pela primeira vez do “vil e cruel” ataque à sua empresa

Kazuo Hirai agradeceu o apoio de todos os que tornaram possível o lançamento de The Interview.

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Kazuo Hirai falou pela primeira vez sobra o ataque à Sony em Las Vegas Reuters

Não tinha até agora falado do assunto mas nesta segunda-feira Kazuo Hirai, o CEO da Sony, rompeu com o silêncio para agradecer a todos os trabalhadores e parceiros que tornaram possível o lançamento do controverso The Interview, classificando o ataque informático que a multinacional sofreu de “vil e cruel”.

Kazuo Hirai, que falou em Las Vegas, EUA, na abertura da Consumer Electronics Show, uma das maiores feiras de tecnologia, agradeceu ainda o apoio de todos os que se manifestaram contra o ataque informático à Sony Pictures.

“Estou muito orgulhoso de todos os empregados e, certamente, dos parceiros com quem trabalhámos, assim como de todos aqueles que se levantaram contra os esforços extorsivos dos criminosos”, disse o CEO da Sony, classificando o ataque – que o FBI concluiu ter o regime norte-coreano por trás e reivindicado por um grupo denominado Guardiões da Paz –, como“um dos mais vis e cruéis ataques informáticos na história recente”.

Na origem do ataque, que aconteceu em Novembro, está o filme The Interview, sobre dois jornalistas norte-americanos (protagonizados por James Franco e Seth Rogen) contratados pela CIA para matar Kim Jong-un, o líder norte-coreano. A estreia da comédia marcada para o dia de Natal chegou a ser cancelada. Houve ameaças à segurança dos espectadores do filme na sua estreia, que invocavam o 11 de Setembro, e como consequência as salas recusaram mostrar o filme, começando assim a fermentar um incidente internacional.

Na semana passada, Barack Obama anunciou as primeiras sanções ao regime norte-coreano, deixando a porta aberta a novas medidas. Em resposta, Pyongyang acusou os EUA de “hostilidade” infundada.

“As acções persistentes e unilaterais adoptadas pela Casa Branca para adoptar sanções contra a República Popular da Coreia do Norte provam abertamente que não se afastou da sua inveterada repugnância e hostilidade” em relação ao país, afirmou um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Pyongyang.

O regime denuncia, em particular, a recusa dos EUA em aceitar a proposta que lhe foi feita para o lançamento de um inquérito conjunto ao ataque informático, preferindo lançar acções “infundadas” contra o país. E, num aviso que a Coreia do Norte repete sempre que é alvo de pressão externa, o porta-voz assegura que estas sanções “apenas vão reforçar a vontade e resolução [de Pyongyang] para defender a soberania do país”.

Kazuo Hirai não se alongou nas palavras sobre este assunto, mas disse, citado pela CNN, estar comprometido com “a liberdade de discurso, liberdade de expressão, liberdade de associação”. “Estas são as linhas vitais muito importantes para a Sony”, concluiu, aproveitando para elogiar o polémico filme: é “bom” e “fascinante”.

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